Pesquisadores têm apontado que o ataque do Irã a Israel representa uma mudança na situação do Oriente Médio e poderia desencadear uma escalada dos conflitos na região. Até porque, o ataque teria evidenciado alianças e mostrado o posicionamento iraniano.
Conforme o professor da Universidade de Caxias do Sul e historiador, Roberto Radunz, ainda que o argumento máster tenha a ver com ideologias religiosas, a alegação não se sustenta, na opinião do historiador. Principalmente, se observada sobre uma prisma histórico com origem na década de 1948 quando , por uma determinação da Organização das Nações Unidas (ONU), o território palestino deveria ter sido dividido em dois estados distintos: Palestina e Israel.
Contudo, segundo o historiador, isso nunca aconteceu, por contrariedade de Israel, que não admitia a presença árabe no seu território. Desencadeando uma série de conflitos na região, entre Israel e os países de origem árabe, que têm muito interesse na exportação de Petróleo daquela região. Portanto, o aumento dessa animosidade contribui também para a escalada da tensão e tem implicações na macroeconomia mundial. Além de escancarar mazelas humanitárias entre uma população que há mais de meio século convive com os horrores da guerra.
Segundo o professor, do ponto de vista econômico, o principal mote para o conflito seria a questão econômica. Ligada, em especial, as fontes de petróleo e, por óbvio, aos interesses geopolíticos que isso suscita. Inclusive, a dos Estados Unidos, grande consumidor dessas fontes de energia não renovável, e dada a sua relação já conturbada com o Iraque e o Irã.
Questionado sobre os possíveis interesses russos no conflito, o historiador garante que a Rússia possuiu o maior arsenal nuclear do mundo e poderia representar uma ameaça tanto para Israel quanto para o Irã, a depender do interesse político de Vladimir Putin sobre a questão. Ainda que, na opinião de Roberto Radunz, a nação esteja ocupa com os próprios problemas, em especial, a guerra na Ucrânia.
Quanto ao Brasil, o posicionamento do presidente da República desagradou setores mais radicais da comunidade israelense, pois se esperava uma postura mais combativa do país, quanto aos ataques iranianos. Contudo, segundo o professor, o Brasil tem como premissa, para a resolução de conflitos, o uso do diálogo e da diplomacia.