Mais de R$ 85 milhões. Esse é o valor do prejuízo estimado para os agricultores de Caxias do Sul após as fortes chuvas e deslizamento de terra que atingiram o município nos últimos 15 dias. Os números foram determinados de acordo com dados dos sistemas da EMATER/RS-ASCAR juntamente com técnicos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA) que visitaram as regiões mais afetadas: Vila Cristina, a comunidade de Menino Deus em Forqueta, Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva.
Conforme divulgado pela Prefeitura de Caxias do Sul, cerca de 500 propriedades tiveram danos desde a produção – principalmente nas culturas de hortaliças, que são importantes para economia da cidade – até na infraestrutura. Além disso, houve a perda da fertilidade do solo em uma área de 12.000 hectares, cultivados com grãos, olerícolas e frutas. Colheitas de caqui, pomares como de uva, kiwi, citros, pêssego e pêra, além dos grãos de soja também foram danificados ou destruídos. E atividades que envolvem animais também sofreram impactos, pois devido ao bloqueio de acessos e a interrupção de energia elétrica, muitos produtores ficaram sem abastecimento adequado de alimentos para as suas criações.
No total, a estimativa de perdas na agricultura, na cultura de milho, soja, hortaliças diversas, citros, caqui, fruticultura (outras), fruticultura (perdas futuras) e agroindústrias contabilizam R$40.717.816,00. Já na infraestrutura do meio rural, envolvendo fruticultura (estrutura), estradas e acessos internos, solos (perdas por lixiviação e erosão), construções rurais (residenciais, agroindústria, galpões e estufas), o prejuízo é de R$44.875.000,00.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valmir Antonio Susin, ressalta que está sendo feito um planejamento para atender as regiões atingidas, como Sebastopol em Vila Cristina, e Santa Lúcia do Piaí, onde os agricultores tiveram inúmeros prejuízos.
Ainda segundo o secretário, o que agrava ainda mais a situação são que algumas famílias seguem ilhadas, devido às barreiras que caíram e com isso as estradas ainda não foram liberadas.
As perdas estimadas são irreversíveis, podendo ser agravadas, caso as chuvas persistirem nos próximos dias.