Uma pesquisa recente, realizada pela empresa suíça Ikea que monitora as condições climáticas globalmente, revelou dados alarmantes sobre a qualidade do ar em várias regiões do Brasil. O estudo, divulgado em agosto de 2024, aponta que pelo menos nove estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, apresentam condições insalubres de ar devido às fumaças provenientes de incêndios florestais e queimadas. A informação foi repassada pelo pneumologista cooperado da Unimed Nordeste-RS, Marcelo Zanchetin.
Conforme o médico, os efeitos nocivos dessas fumaças são variados e preocupantes, afetando a saúde tanto a curto quanto a longo prazo. Segundo Zanchetin, entre os efeitos agudos, destacam-se a exacerbação de doenças respiratórias crônicas como: asma, bronquite e rinite alérgica, além do aumento do risco cardiovascular e inflamações nos pulmões, rins e fígado. O médico também não descarta alterações cerebrais, como: distúrbios do sono e dificuldades de concentração, que também foram observadas na referida pesquisa.
Ainda conforme o doutor Marcelo Zanchetin, a pesquisa ressalta que o material particulado presente na fumaça tem um papel significativo nos efeitos crônicos sobre a saúde. Alguns outros estudos também indicam que essas partículas podem causar aumento do risco de doenças cardiovasculares, imunológicas e respiratórias, incluindo pneumonia e infecções das vias aéreas superiores.
Todavia, a situação não é exclusiva do Brasil, explica a metereologista da MetSul Metereologia, Stael Sias. “As fumaças de incêndios florestais têm a capacidade de percorrer grandes distâncias e afetar vastos territórios ao redor do mundo. Portanto, é essencial estar atento à qualidade do ar e aos possíveis impactos na saúde decorrentes da inalação de ar poluído”, comenta Stael.
Ainda com relação a pesquisa da Ikea, ela serve como um alerta importante sobre a necessidade de medidas urgentes para controlar as queimadas e proteger a saúde pública.