Em uma reunião realizada durante a Expointer ministros e representantes de diversas entidades, incluindo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS) e o SOS Agro, mais instituições financeiras, se reuniram para discutir novas normativas para o parcelamento de dívidas agrícolas no Estado. Segundo o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, o objetivo foi alinhar o entendimento entre bancos e produtores, facilitando o acesso às novas regras.
O secretário disse em entrevista a Rádio Caxias que, durante o encontro, foi discutida a proposta do SOS Agro, que solicitava um prazo de 15 anos para parcelar dívidas decorrentes de secas, com três anos de carência e juros de 3%. No entanto, conforme o secretário, os agricultores indicaram que o ideal seria um prazo de dez anos, com um ano de carência e juros entre 6% e 8%. Na opinião dos agricultores gaúchos, essas condições seriam mais viáveis para garantir a continuidade das atividades agrícolas no Rio Grande do Sul. Segundo Clair Kuhn, há expectativas de que o governo federal apresente uma proposta de parcelamento de oito anos, com um ano de carência, totalizando nove anos, e juros entre 6% e 10%. Além disso, novos recursos serão disponibilizados para que os produtores possam financiar o plantio da próxima safra.
Na opinião do secretário, uma questão importante levantada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, seria a necessidade de incentivar a competição entre os bancos. Inclusive, segundo Kuhn, o ministro teria dito que as instituições financeiras que oferecerem juros mais baixos aos produtores terão acesso a mais recursos do Banco Central, em Brasília. Conforme o entrevistado, essa medida visa reduzir o spread bancário (diferença entre os juros cobrados por um banco aos tomadores de crédito e os juros que ele paga aos depositantes) e fortalecer o apoio ao setor agrícola no Rio Grande do Sul.