A denúncia ao Poder Judiciário ocorreu nesta segunda-feira (29). No documento, a promotora Adriana Chesani denuncia a dona da Escola de Educação Infantil Colorindo o Mundo, localizada no bairro Desvio Rizzo, e três ex-funcionárias. Elas foram denunciadas por tortura em razão do emprego de violência contra crianças, com idades entre seis meses e três anos de idade. A proprietária por omissão sobre a conduta das trabalhadoras.
Uma delas, de 19 anos, foi presa no dia 17 de janeiro. A outra tem mandado de prisão expedido, mas é considerada foragida da Justiça. A dona da escolinha e uma terceira ex-funcionária respondem o processo em liberdade. Entretanto, o Ministério Público requereu a decretação de medidas cautelares. Caso descumpridas, podem ter a condição convertida em prisão.
Por meio de mensagem de texto, a promotora Adriana Chesani, informou que, como o processo está tramitando em segredo de justiça, não está concedendo entrevista. Segundo ela, o MP pode apenas disponibilizar informações por meio de nota à imprensa.
O fato foi denunciado em 1º de novembro do ano passado, após o pai de uma das 36 crianças ter acesso às gravações do sistema de videomonitoramento. Logo em seguida, ele registrou um boletim policial que resultou, no mesmo dia, na demissão de duas funcionárias. Uma semana após a denúncia, outra foi identificada nas câmeras e também dispensada pela dona da escolinha.
Diante dos fatos, os pais foram chamados até a Delegacia da Criança e do Adolescente de Caxias para prestarem depoimentos e assistirem as imagens. Após as denúncias, o grupo de pais realizou diversos protestos, entre eles, na rótula de acesso ao shopping Villagio e na Praça Dante Alighieri. Durante a ação, diversos expositivos continham frases que clamavam por justiça.
No dia 28 de dezembro do ano passado, o inquérito resultou no indiciamento pela Policia Civil das quatro denunciadas. Depois disso, a escola infantil foi fechada.
Parte das crianças que frequentavam o local estavam matriculadas pelo Município. A Secretaria Municipal de Educação imediatamente transferiu elas para outras escolinhas. Além da atuação na área criminal, o MP oferecerá aos pais e responsáveis das vítimas atendimento para acolhimento e orientação, disponibilizando esse acompanhamento até o final do processo.