A entidade estima que, após um crescimento de 3,5% do PIB em 2024, o Brasil enfrente uma desaceleração em 2025, com expansão de apenas 2,5%. Apesar da expectativa positiva para a atividade econômica neste momento e o mercado de trabalho, na opinião da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), o ano de 2025 será marcado por desafios, especialmente relacionados ao controle das contas públicas e à inflação.
Em entrevista para a Rádio Caxias, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, destacou que, apesar das dificuldades, o Rio Grande do Sul deve superar a média nacional em termos de crescimento, com uma previsão de 3,1% contra 2,6% do Brasil. Esse bom desempenho é atribuído a uma série de fatores, como a boa safra, os investimentos em infraestrutura e a recuperação dos danos causados pelas enchentes. Contudo, Bohn alertou para a necessidade de uma mudança estrutural na economia, citando a resistência da inflação, que deve atingir 5% em 2024, e os desafios fiscais enfrentados pelo governo.
Segundo Bohn, o país enfrentará um cenário de instabilidade fiscal, que pode afetar negativamente a confiança do mercado e os investimentos privados. A questão do ajuste fiscal e da crescente carga tributária também foi abordada, com destaque para a reforma tributária que entrará em vigor em 2026. Bohn ressaltou que, embora a reforma busque simplificar o sistema tributário, haverá aumento de impostos para setores como serviços, indústria e agropecuária, o que exigirá futuras desonerações.
Segundo o presidente da Fecomércio-RS, a falta de ajustes fiscais adequados poderá resultar em dificuldades econômicas mais graves no segundo semestre de 2025. Ele mencionou que, embora o Brasil não esteja à beira de uma crise extrema, a instabilidade fiscal pode levar a uma retração econômica. Todavia, a comparação com países como Venezuela e Argentina foi descartada, mas a preocupação com a confiança econômica ficou evidente.
Apesar desses desafios, a Fecomércio-RS segue otimista com seus próprios investimentos. Bohn anunciou que a entidade continuará suas atividades sem interrupções, com previsão de investimentos de R$ 364 milhões, entre manutenção e novos projetos. Ele também ressaltou o bom desempenho do mercado de trabalho, com taxa de desemprego de 6%, embora tenha destacado a necessidade de incentivar a busca por empregos formais.