Ainda que a questão continua sendo complexa e crucial para o Brasil
Na última quinta-feira (18), o governo federal anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024. Segundo a decisão, a meta do governo é gastar, apenas, o que conseguir arrecadar, o chamado déficit zero. Contudo, no primeiro semestre, a arrecadação cresceu, mas não o suficiente para garantir o equilíbrio das contas. O economista, Pedro de Cesaro, apontou durante entrevista para a Rádio Caxias os desafios enfrentados pelo governo em relação aos gastos públicos e suas implicações na economia. Entre os principais pontos levantados, Pedro cita o congelamento de gastos, o impacto na economia; e as visões políticas em torno do tema.
Quanto ao congelamento de gastos, o economista apontou que embora esse valor de R$ 15 bilhões, no Orçamento de 2024, pareça pequeno, em comparação ao orçamento total da União (cerca de três trilhões de reais), ele representa um primeiro passo.Uma vez que indica que o governo reconhece a necessidade de controlar os gastos.Até porque, segundo o economista, caso não adote medidas para equilibrar às contas, o governo pode incorrer em crime de responsabilidade fiscal, o que poderia levar a um processo de impeachment.
Além disso, o economista pontua que o excesso de gastos do governo tem repercussões na economia cotidiana. A dolarização dos preços, por exemplo, significa que praticamente todos os produtos e serviços estão sujeitos às flutuações do dólar. Ou seja, se o governo não reduzir seus gastos, os juros não cairão e o dólar continuará a subir e a inflação também aumentará. Situação que afeta, diretamente, o bolso dos cidadãos, tornando os produtos mais caros e prejudica o poder de compra.
Ainda conforme o economista, as diferentes visões políticas sobre os gastos do governo precisam ser consideradas. Ou seja, a esquerda tende a ver os gastos como um motor para a economia, enquanto que a direita defende o papel do setor privado como gerador de negócios e de empregos.
Em resumo, Pedro de Cesaro acredita que o governo enfrenta um desafio delicado, que é equilibrar os gastos públicos, a fim de evitar crises econômicas, assim como, garantir a estabilidade financeira. Na opinião dele, o contingenciamento seria um primeiro passo, contudo, a questão continua sendo complexa e crucial para o país.