Em meio a uma conjuntura desafiadora, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, ressalta que a situação no estado do Rio Grande do Sul terá repercussões significativas em todo o país. O cenário é marcado por aumento de preços, desemprego e falência de empresas.
O cerne do problema reside na demora no repasse de recursos por parte do Governo Federal ao estado. As altas taxas tributárias sobrecarregam o Rio Grande do Sul, levando os municípios gaúchos a destinar até 60% de sua receita à União, enquanto precisam equilibrar suas contas com apenas 10% do montante arrecadado.
Bento Gonçalves, cuja economia depende fortemente do turismo, enfrenta desafios adicionais. Os estragos causados pelas enchentes no estado afetam diretamente a receita municipal. Somente em maio, o município amargou um prejuízo de R$ 8 milhões, e estima-se que até o final de junho esse valor chegue a R$ 12 milhões a menos nos cofres públicos. O prefeito destaca que as emendas parlamentares, embora necessárias, não são suficientes para compensar essas perdas de arrecadação, seja por meio do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) ou do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). O déficit orçamentário de municípios como Bento Gonçalves já ultrapassou os R$ 20 milhões, em apenas dois meses.
Diante desse quadro, o prefeito defende o perdão de dívidas estaduais pela União e a necessidade de repasses substanciais e urgentes ao Rio Grande do Sul. Ele aponta uma desproporção na alocação de recursos, deixando à iniciativa privada a responsabilidade de solucionar problemas que deveriam ser enfrentados pelo setor público. Caso o governo federal não adote medidas emergenciais, serviços básicos como saúde e educação correm o risco de colapso.
Vale lembrar que o município de Bento Gonçalves já havia sido severamente afetado pelas fortes chuvas, em maio, especialmente, nas áreas rurais. Agora, a chuva de granizo que atingiu a região central, no último fim de semana, agrava ainda mais a situação.