Neste domingo (10), é celebrado o Dia do Trigo, um ingrediente essencial na produção de diversos alimentos, como o tradicional pão francês. No entanto, o trigo, tão presente na vida e na mesa de muitos, pode ser um problema de saúde para outros. Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), é estimado que cerca de 2 milhões de brasileiros sejam celíacos, com a maioria ainda sem diagnóstico. Globalmente, se calcula que 5% da população seja afetada pela condição.
A doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, aveia, cevada, centeio e derivados, como massas, pizzas, pães, cervejas, uísque, vodca e alguns doces. Ela prejudica a absorção de nutrientes, vitaminas, minerais e água pelo organismo.
A nutricionista da medicina preventiva da Unimed Serra Gaúcha, Carla Badalotti Ruffato, explica que há três tipos principais de reações ao consumo de trigo: alergia ao trigo, doença celíaca e sensibilidade não celíaca ao glúten. Embora apresentem sintomas similares, cada uma apresenta particularidades. Por exemplo, na alergia ao trigo, até mesmo o contato com o alimento pode causar reações. Já a intolerância ao glúten não é autoimune, o que se diferencia da doença celíaca.
Carla alerta também para o risco de contaminação cruzada, que ocorre quando há transferência direta ou indireta de contaminantes físicos, químicos ou biológicos entre alimentos.
Pessoas com doença celíaca podem experimentar uma ampla gama de sintomas, como diarreia ou prisão de ventre crônica, perda de apetite, baixa absorção de nutrientes, fadiga crônica, ganho de peso, osteoporose e anemia. O diagnóstico geralmente é feito por um médico especialista, que avalia sintomas e pode solicitar biópsia do intestino, exames de sangue ou dieta restritiva sem glúten.
O tratamento é realizado por meio de uma dieta totalmente livre de glúten. Quando a proteína é excluída da alimentação, os sintomas desaparecem. No entanto, seguir rigorosamente essa dieta pelo resto da vida é um desafio para muitos pacientes. Além disso, celíacos devem estar atentos ao risco de desenvolver câncer de intestino e problemas de fertilidade, pois a doença celíaca não tem cura.