Mais de 87 mil eleitores caxienses não compareceram as urnas no último domingo (6). Os valores representam 25,13% dos 347.184 eleitores aptos para votar no município. Esse é o maior nível de abstenção já registrado na série histórica, iniciada em 1990, e levanta sérias preocupações a respeito do desinteresse da população pelo voto.
A marca supera os números registrados no último pleito municipal, realizado em 2020, durante a pandemia de coronavírus, que ostentava os maiores índices de abstenção até então, com 24,79%. A diminuição do comparecimento dos cidadãos as urnas em relação as eleições anteriores é um fato surpreendente, considerando o cenário de normalidade sanitária vivenciado neste ano.
Caxias do Sul está acima da média nacional, que é de 21,68%, e do estado do Rio Grande do Sul, que registrou 23,69% de abstenção no primeiro turno de 2024. O aumento da alienação eleitoral, termo usado pela ciência política para designar a desmotivação para o exercício do voto, que compreende tanto a abstenção, como os votos brancos e nulos, atingiu níveis preocupantes.
Se somados aos votos em branco e nulos, que representam 12.407 e 12.867, respectivamente, são 112.528 eleitores caxienses que não se sentiram representados por nenhuma candidatura. Conforme o juiz da 169ª Zona Eleitoral de Caxias do Sul, João Paulo Bernstein, o alto índice de alienação eleitoral alerta os agentes políticos sobre a importância de propostas mais convincentes e diretas para o eleitor.
Para se ter uma comparação do tamanho do gargalo que esses números representam, o candidato mais votado no primeiro turno na cidade, Mauricio Scalco (PL), obteve 89.260 votos, enquanto mais de 112 mil eleitores não compareceram a cabine de votação ou não escolheram um candidato. É importante salientar que o eleitor que se absteve no primeiro turno, pode votar normalmente no segundo turno, sem nenhum impeditivo.
1 comentário
Parte da população virando as costas para a política e outra parte extremamente polarizada. Perigoso isso. Precisamos amadurecer.