O governo do Rio Grande do Sul concluiu, na última quarta-feira (21), o processo de desinfecção da granja em Montenegro, onde foi identificado um foco de gripe aviária. E, desde a quinta-feira (22), começou o período conhecido como “vazio sanitário” — uma quarentena de 28 dias em que não pode haver movimentação de aves na área afetada. Se não houver novos registros da doença, até o fim do prazo, o Brasil poderá ser novamente declarado livre da influenza aviária de alta patogenicidade.
De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, Fernando Groff, o trabalho de contenção foi eficaz e cumpriu o cronograma estabelecido. Ele esclareceu durante entrevista à Rádio Caxias, que toda a parte contaminante foi retirada, descartada de forma segura e a granja passou por higienização e desinfecção. Agora, o processo segue com a vigilância na região para garantir que o vírus não tenha se espalhado.
Conforme Groff, as ações de monitoramento seguem em ritmo intenso: duas visitas completas foram feitas em todas as propriedades num raio de três quilômetros do foco, além de uma vistoria já concluída e outra em andamento nas propriedades dentro de um raio de dez quilômetros. O objetivo, segundo ele, é verificar se houve disseminação do vírus em granjas vizinhas. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não há indícios de transmissão.
Sobre os impactos econômicos, Groff tranqüilizou a população e os mercados, dizendo que “não há risco de desabastecimento no mercado interno. Mesmo com uma das 300 granjas de matrizes afetada, o abastecimento está garantido”. Ele destacou, ainda, que 70% da produção avícola do Estado é voltada à exportação, e que o controle eficaz dos focos é essencial para manter a confiança dos países parceiros.
Groff também reforçou que o risco de transmissão da gripe aviária para humanos é considerado muito baixo e ocorre, geralmente, apenas em casos de contato direto e prolongado com aves doentes. Portanto, o consumo de carne de frango e ovos segue sendo seguro, desde que os alimentos estejam devidamente cozidos, pois “o vírus não sobrevive ao calor do cozimento. Não havendo possibilidade de transmissão por essa via”, pontua.
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura recordou também que a gripe aviária é causada pelo vírus H5N1, que circula globalmente há mais de 15 anos e afeta principalmente aves, mas pode atingir mamíferos em casos isolados. Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, no Brasil, a vigilância sobre aves silvestres foi intensificada, desde 2022, como medida de prevenção, especialmente, em áreas próximas a lagoas e rotas migratórias.
Neste sentido, a Secretaria Estadual da Agricultura reforça a importância da notificação de qualquer suspeita de casos — como sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade repentina em aves — às inspetorias locais ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033. Groff finalizou dizendo que: “a colaboração dos produtores tem sido essencial para o sucesso do trabalho”.
Confira aqui a entrevista completa.