Após seis meses da tragédia climática que atingiu a região, Galópolis segue com estudos geológicos. Atualmente, um trabalho diário é realizado para investigar com precisão as causas dos deslizamentos e essas informações devem servir de base para um estudo que indicará se é necessário implementar um sistema de alerta ou fazer adequações geométricas nos terrenos. Posterior as atividades de campo, a equipe deve conduzir as análises laboratoriais para definir os parâmetros geotécnicos essenciais, que permitirão calcular a estabilidade das encostas e, posteriormente, projetar as obras necessárias para garantir a segurança dos moradores.
O geólogo e empresário da Terra Service Geologia e Engenharia, Nério Susin, empresa responsável pelo serviço, explica que foi realizado um levantamento topográfico com tecnologia de laser em cerca de 300 hectares, que abrangeu todo o bairro. Além disso, está em andamento um estudo hidrológico completo do arroio para garantir a vazão de volumes excepcionais de chuva, com a busca de evitar transbordamentos e indicação das medidas a serem tomadas em novos eventos de mesma magnitude.
Susin destaca que o trabalho é complexo, com mais de 150 metros de sondagem para identificar o grau de risco de cada local. Ele ressalta que a condição do solo permanece a mesma, e o objetivo é entender como o meio físico se comporta nas novas realidades climáticas.
Ao todo, estão previstas 120 análises, com 30 perfurações para sondagem, identificação de rochas e análises de solo. O Município investiu R$ 1 milhão nos levantamentos. Além disso, segundo a Prefeitura, cerca de 28 casas permanecem interditadas em Galópolis. Os moradores receberam quatro parcelas de um salário mínimo cada pela Fundação de Assistência Social, e uma prorrogação do auxílio é estudada.