A maioria de nós concorda que a área da Educação é vital para a sociedade, porém, o mercado de trabalho nem sempre é atrativo, principalmente, em se tratando do quesito remuneração. Tanto é que o Rio Grande do Sul vive um verdadeiro apagão de professores, em especial, nas áreas de matemática e português, conforme explica a pró-reitora de graduação da Universidade de Caxias do Sul, professora Terciane Ângela Luchese.
No entanto, a professora também destaca ações do governo que visam o incremento do setor, com a formação de novos professores, a partir de programas como o “Professor do Amanhã”, oferecido pela Universidade de Caxias do Sul, e cujo edital foi lançado recentemente, oferecendo vagas nas áreas de licenciatura e financiadas com recurso público. Neste sentido, a professora se mostra satisfeita com a carreira que escolheu há 31 anos e traz um depoimento contundente, ao dizer que a educação é um campo profissional que, apesar de carecer de permanente estudo e abnegação, em vários sentidos; também oferece muitas compensações. E, ao contrário do que imagina o senso comum, a questão salarial não é tão ruim.
Na opinião da professora, os principais desafios que professores enfrentam são os de ordem social, pois a escola traz à tona todas as mazelas sociais para conviverem num mesmo espaço e isso causa atritos.
Até por isso, segundo a professora, é preciso olhar para a docência como um campo profissional importante e necessário. E apesar de reconhecer que a carreira docente encontra algumas dificuldades, inclusive, casos de agressões verbais e físicas; ela também pondera que um professor bem preparado, ou seja, que compreende o seu papel na sociedade e tem certa estabilidade emocional, consegue driblar esses desafios.
Quanto à suposta baixa remuneração, a professora indica que na Serra Gaúcha, ao longo dos anos, houve essa valorização profissional. Neste sentido, ela assegura que é preciso considerar a aposentadoria de docentes com salário integral, principalmente, diante da importante contribuição social que exercem.
Além disso, e na opinião dela, os pais precisam se associar às escolas, não deixando os professores sozinhos nessa desafiadora jornada que é ensinar. E que exige dos docentes uma reciclagem de conhecimentos constante, a fim de acompanhar e compreender, principalmente, as questões de evolução científica no campo das ciências da educação.