As chuvas intensas que vem castigando o Estado atingiram 90% dos municípios gaúchos, entre eles Caxias do Sul, que já contabiliza prejuízos estimados em mais de R$85 milhões. Inclusive, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa) projeta que a recomposição do solo, em lavouras do Município, só na área de hortaliças, deverá levar entre 60 e 90 dias. Sendo que as regiões mais afetadas, até agora, foram: Vila Cristina; Menino Deus, em Forqueta; Santa Lúcia do Piaí e Vila Oliva.
Conforme o secretário da Smapa, Valmir Anônio Susin, a ausência de um seguro agrícola eficiente no Brasil impossibilita a recuperação mais rápida dessas lavouras, pois nem todas terão acesso a uma adequada indenização, mesmo diante do evento climático adverso, enfrentado pelo Estado, que castigou o solo gaúcho e, ainda, comprometeu a infraestrutura produtiva do Rio Grande do Sul. Situação que tem gerado impacto em culturas diversas, inclusive, na produção de hortaliças, que já faltam nas prateleiras de supermercados e em feiras da região. Contudo, o secretário garante que a Ceasa de Caxias está conseguindo vencer todo esse impasse logístico e abastecendo a mesa dos caxienses, com produtos vindos de fora do Estado. Susin ainda comenta que boa parte da produção local é escoada para outras regiões do país, a exemplo de Manaus (AM) e de Pontaporã (PR).
O secretário ainda ressalta que está sendo feito um planejamento, a longo prazo, a fim de atender as regiões mais atingidas, como: Sebastopol, em Vila Cristina; e Santa Lúcia do Piaí, onde os agricultores tiveram inúmeros prejuízos, com pelos menos 500 propriedades rurais afetadas, o que deve exigir a remoção de alguns populares, principalmente, o que residem em áreas de risco.
Enquanto isso, o Governo Federal prejudica os produtores de arroz do Estado, anunciando a importação do grão de países vizinhos, a exemplo do Paraguai, e apesar do Rio Grande do Sul ser responsável por 70% da produção nacional. Conforme o economista, Pedro de Cesaro, o ideal teria sido o contrário, ou seja, focar na liberação de rodovias no Estado, danificadas pelas chuvas, ao invés de importar arroz de outros países. Pois essa medida, estimularia a produção nacional, quem pondera é o economista, Pedro de Cesaro. Ele garante que a medida, além de prejudicar o Estado, também tem caráter inteiramente populista , deixando claro, o descaso com o Estado. Mesmo diante da calamidade pública instalada, pois a liberação de rodovias no Estado ficou em segundo plano. Com isso, segundo o economista, o Governo Federal compromete não apenas a produção de arroz no Rio Grande do Sul, mas todo a gama de culturas regionais.
A Medida, citada pelo economista, foi tomada pelo Governo Federal, a partir de uma Medida Provisória (1.217/2024), e que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até um milhão de toneladas de arroz, por meio de leilões públicos e ao longo de 2024.
Confira os estragos causados em Caxias do Sul
Os danos são diversos, e ocorreram devido a perdas na fertilidade do solo em uma área de 12.000 hectares, cultivados com as culturas de grãos, de hortaliças e de frutas. Também há perdas nas culturas de hortaliças, que são importantes para a economia da cidade. Na fruticultura, houve danos na cultura de caqui.
Além disso, vários pomares como de uva, kiwi, citros, pêssego e pêra também foram danificados ou destruídos. As estimativas de perdas foram determinadas de acordo com dados dos sistemas da Emater/RS-Ascar juntamente com a participação de técnicos da Smapa. Na cultura de milho, soja, hortaliças diversas, citros, caqui, fruticultura (outras), fruticultura (perdas futuras) e agroindústrias contabilizam R$40.717.816,00.
Já na infraestrutura do meio rural, envolvendo fruticultura (estrutura), estradas e acessos internos, solos (perdas por lixiviação e erosão), construções rurais (residenciais, agroindústria, galpões e estufas), o prejuízo é de R$44.875.000,00.
,