Há cerca de três meses, o Rio Grande do Sul assistia atônito aos estragos causados pela maior tragédia climática do Estado. Contudo, os efeitos ainda hoje estão sendo sentidos pela população, em especial, quem perdeu tudo durante as enchentes. Isso porque, cerca de 3.300 gaúchos ainda encontram-se em situação precária, alojados em ginásios de esporte. Conforme o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, esses locais, embora chamados de “abrigos”, carecem de estrutura adequada para acomodar as famílias durante longos período, a exemplo da falta de chuveiros, sanitários, cozinhas, dormitórios individualizados e privacidade torna essa realidade altamente inadequada.
Neste sentido, o vice-governador disse que para mitigar esse problema — enquanto o Estado aguarda a entrega das casas definitivas, prometidas pelo governo federal — foram criados três Centros Humanitários de Acolhimento, um em Porto Alegre e outros dois em Canoas. Segundo Gabriel, os espaços foram viabilizados graças a uma parceria com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio) e o Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (Sesc), que oferecem um espaço mais estruturado para os desabrigados, com brinquedoteca para crianças, lactário, fraudário, cozinha comunitária, refeitório, lavanderia, internet e espaço multiuso para formação profissional.
Conforme o vice-governador, os centros humanitários oferecem apenas alívio temporário, mas não substituem a necessidade urgente de casas adequadas. Neste sentido, Gabriel Souza critica a burocracia envolvida no processo e a falta de ação do Governo Federal, haja vista que algumas dessas casas já deveriam ter sido entregues em julho. O vice-governador aproveitou também para cobrar o Governo Federal quanto a ampliação da massa aeroviária do Estado, principalmente, depois da outorga repassada pelo Estado ao Governo Federal. Situação que, em tese, deveria possibilitar a operação de voos comerciais em Canela e Torres.
Gabriel Souza ainda assegura que tanto o comitê científico quanto o conselho do Plano Rio Grande devem continuar orientando a reconstrução do Estado, sempre com a adaptação necessária às mudanças climáticas. Sendo fundamental, contudo, que as autoridades priorizem famílias em situação de vulnerabilidade social, acelerando a entrega de casas e garantindo a retomada da dignidade e segurança dessas pessoas.