A 27ª edição atingiu um marco histórico, em 2024, registrando um recorde de 324 amostras inscritas. A avaliação contou com a participação de 26 especialistas, entre enólogos e sommeliers, provenientes de diversas regiões, incluindo Flores da Cunha, Garibaldi, Farroupilha e, naturalmente, Caxias do Sul. Conforme o integrante do comitê organizador do concurso — que é composto por representantes de Vinícolas, a Rede de Vinícolas de Caxias do Sul (Revinsul) e a Secretaria da Agricultura — o engenheiro agrônomo, Paulo Roberto Dullius, a diversidade dos avaliadores é uma característica importante do concurso, garantindo uma análise técnica rigorosa e abrangente.
Segundo o engenheiro agrônomo, desde a sua criação, há 27 anos, o concurso tinha como objetivo, principal, promover a evolução da qualidade dos produtos vinícolas da região. Por essa razão, ao longo dos anos, o evento se adaptou às mudanças do mercado, incorporando novas categorias, conforme surgiam demandas dos consumidores. O agrônomo cita como exemplo dessa evolução a inclusão da categoria de espumantes, há três anos, reflexo do aumento de consumo. Segundo Dullius, além dos espumantes, o concurso também incluiu as categorias de vinhos finos — como tinto vinífera, branco vinífera, rosés — e sucos de uva, que não eram tão presentes no passado.
O integrante do comitê organizador do concurso ainda explica que a avaliação segue a metodologia da Organização Internacional do Vinho (OIV), utilizando critérios internacionais para julgar os produtos, assim como, acontece em outros concursos renomados, tanto nacionais quanto internacionais. Segundo Dullius, os vinhos premiados têm o direito de usar o selo do concurso em seus rótulos, facilitando a identificação pelos consumidores e ajudando as vinícolas a explorar comercialmente essas premiações. O engenheiro agrônomo garante que algumas vinícolas relatam que os prêmios ajudam a acessar novos mercados e influenciam a escolha dos consumidores. Paulo Roberto Dullius, ainda disse, durante entrevista para a Rádio Caxias, que o setor de vinícolas de Caxias do Sul é diverso, incluindo vinícolas que trabalham com produtos a granel. E que para essas vinícolas o concurso é uma oportunidade de avaliação técnica que agrega valor ao produto, facilitando a comercialização para terceiros.
Questionado quanto a coleta das amostras, o agrônomo explica que ela é realizada in loco por técnicos da Secretaria da Agricultura, garantindo rigor e padronização no processo. Segundo Dullius, durante a coleta, todas as amostras são identificadas com etiquetas que especificam a categoria, a cantina e a variedade de uva. Essas informações são transformadas em números, num processo chamado de cotificação das amostras. No dia da avaliação, os julgadores recebem, apenas, o número da amostra e a categoria correspondente, a exemplo de “branco de mesa”, garantindo um ordenamento sensorial imparcial.
Na opinião do engenheiro agrônomo, o concurso não só premia as melhores amostras, mas também proporciona um espaço valioso para discussões técnicas, sugestões de melhorias e troca de experiências entre os participantes, contribuindo para o desenvolvimento contínuo das vinícolas de Caxias do Sul.