O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pesquisa que leva em conta as vagas de carteira assinada, demonstra que, dos cinco setores registrados (agropecuária, indústria, construção, comércio e serviços), apenas um gerou mais empregos do que perdeu: comércio. No total, Caxias do Sul registra 7,6 mil contratações contra 7,7 mil demissões no período.
Com o levantamento, a região começa a sentir o impacto da chuva de maio na economia. Em Caxias do Sul, 98 postos de trabalho foram perdidos, segundo o Caged. A economista e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria Carolina Gullo, afirma que a queda nos números do mercado de trabalho reflete o impacto das enchentes e o descompasso entre a produção, a distribuição e a logística de entrega, em função dos bloqueios nas estradas. O comércio, que é a exceção entre os setores, apresenta números positivos porque já vinha se preparando para maio.
Gullo associa os resultados à necessidade de ajuste frente ao momento de calamidade pública que a região enfrentou durante mais de um mês de chuvas, o que trouxe incerteza em relação ao futuro. A prova real disso é a diferença nos dados de maio e abril. Em abril, Caxias havia gerado mais de 1,2 mil postos de trabalho. A indústria e os serviços haviam gerado, respectivamente, 905 e 467 vagas, enquanto o comércio gerou 166.