Nos últimos 30 dias, agricultores do interior de Caxias do Sul enfrentaram quatro episódios severos de granizo, que causaram prejuízos significativos em culturas de frutas como ameixa, caqui, uva e pêssego. Os eventos ocorreram em localidades como Bevilacqua, Terceira Légua, Segunda Légua e Fazenda Souza. Para minimizar prejuízos como esses, a implementação de um sistema antigranizo volta ser pauta em uma reunião entre representantes dos municípios da região, marcada para o dia 7 de fevereiro, em Caxias do Sul.
Uma das propriedades mais afetadas foi em Bevilacqua, próxima à Fazenda Souza, onde o granizo durou mais de 10 minutos, devastando 1,5 hectare de um pomar de ameixa da variedade Letícia. A produção, que estava prestes a ser colhida, alcançaria um recorde de 50 toneladas. Além das ameixas, o pomar de caqui da mesma família também sofreu grandes danos.
No ano passado, um encontro entre representantes das prefeituras da Serra Gaúcha, Sindicato Rural e Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares foi realizado no Centro Administrativo de Caxias do Sul para apresentar o projeto. O sistema proposto utiliza a queima de iodeto de prata para reduzir ou eliminar as pedras de granizo antes que atinjam as plantações. Essa queima é realizada por geradores que são acionados com base no monitoramento meteorológico via radar.
A tecnologia já foi implantada em 13 municípios de Santa Catarina, por meio de um convênio com a Secretaria Estadual da Agricultura. Em Caxias do Sul, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA) defende a adoção do sistema como uma solução viável para minimizar os impactos do granizo nas lavouras.