Em meio ao anúncio de investimentos de mais de R$ 1 bilhão do Governo do Estado para recuperação e infraestrutura viária nas rodovias gaúchas, as obras na Rota do Sol (RST-453) e entorno ainda enfrentam cobranças significativas do empresariado local e da população caxiense e do setor produtivo da Serra. Quatro eixos principais expõem os entraves e desafios para a conclusão de melhorias consideradas urgentes na região.
Segundo o Secretário Estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, as obras de recuperação da Rota do Sol enfrentaram forte impacto da burocracia estatal. De acordo com Costella, após as enchentes de 2024, que devastaram boa parte da malha viária, o governo precisou elaborar projetos praticamente do zero — sem projetos executivos prévios e com quadro técnico insuficiente no Daer. Ainda sim, o secretário garante que, apesar dos entraves, os três lotes das obras da Rota do Sol, já anunciados, estão previstos para iniciarem entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026, com conclusão estimada para 2027.
Outro ponto sensível são os acessos que devem ser contemplados com asfalto no destino ao Aeroporto Regional de Vila Oliva, em Caxias do Sul. Apesar do traçado já existir, o acesso ainda carece de obras estruturais, incluindo pontes e adequações em trechos de estrada. Costella garantiu durante entrevista à Rádio Caxias, que o governo trabalha para que as obras, neste sentido, sejam concluídas até 2029, mesmo prazo previsto para a entrega do terminal aeroportuário.
A crescente demanda por infraestrutura viária, especialmente em períodos de verão, fez com que a duplicação da Rota do Sol entrasse no radar das lideranças regionais. Empresários da Serra vêm pressionando o governo estadual e federal para que o projeto de duplicação avance. Inclusive, a mobilização da sociedade civil organizada e entidades como o Mobi Caxias tem intensificado essa pressão por uma solução definitiva para a RST-453. Apesar do reconhecimento da necessidade, a duplicação ainda não tem previsão concreta. De acordo com Costella, o governo estadual se comprometeu a seguir com os estudos no anteprojeto, mas reforçou que nenhuma obra será anunciada sem garantia de orçamento e fonte de recurso definida.
Uma das decisões em relação a obras em Caxias do Sul e que era aguardada para execução era a recuperação e contenção de uma encosta no trecho de Santa Justina, no interior de Caxias do Sul, o que seria a primeira fase de execução. Entretanto, essa obra foi “retirada” da execução pelo governo do Estado, o que gerou reclamação de autoridades caxienses. Segundo o secretário, a decisão não se tratou de cancelamento, mas sim de uma escolha estratégica de priorização. Durante a entrevista Costella também cobrou maior apoio da União, citando que os valores usados atualmente são oriundos da suspensão temporária da dívida do Estado com a União, e que não houve anistia, apenas adiamento do pagamento.
As cobranças ao governo do Estado tem sido recorrentes durante as manifestações do empresariado caxiense. A própria Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, tem feito inúmeras manifestações durante os eventos da entidade, solicitando ao governo de Eduardo Leite, atenção aos projetos e desejos da comunidade relacionados ao Polo Rodoviário da Serra Gaúcha.
Confira aqui a entrevista compelta.