A confirmação foi dada, em entrevista para a Rádio Caxias, nesta segunda-feira (16), pelo secretário adjunto da Secretaria de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Antônio Feldmann. Segundo o gestor, o novo edital de concessão para a Maesa, deverá ser lançado ainda neste segundo semestre de 2025, numa medida que marca a retomada do projeto de revitalização do prédio histórico da antiga Metalúrgica Abramo Eberle S/A, com foco na criação de um espaço multifuncional voltado à cultura, gastronomia, turismo e convivência comunitária.
Durante o Jornal da Caxias, Antônio Feldmann destacou que o novo edital está sendo cuidadosamente reformulado com base em aprendizados do processo anterior, e lançado no primeiro mandato do prefeito Adiló Didomenico (PSDB). Conforme Feldmann, “na época, havia uma pressão legítima da sociedade por avanços na ocupação da Maesa. O edital lançado foi o que se entendeu como mais adequado naquele momento. Mas, ao ser colocado para a apresentação de possíveis empresas em tocar o projeto, surgiram questionamentos importantes dos investidores interessados. Sendo preciso ouvir e reavaliar”.
De acordo com Feldmann, o principal problema apontado no edital anterior foi à ausência de pontos cruciais para a viabilidade do negócio, como a previsão de estacionamento e a definição clara das ocupações previstas nos demais espaços do prédio. Ele adiantou na entrevista, que o executivo está corrigindo isso e que “a nova versão do edital vai oferecer maior segurança e atratividade aos investidores”. Segundo o gestor, o novo modelo prevê a concessão de parte do prédio para exploração privada, com investimento estimado em mais de R$ 30 milhões, especialmente, para instalação do mercado público — um antigo desejo da comunidade caxiense. Também estão previstos espaços gastronômicos, culturais, de comércio e convivência, projetando a Maesa como um centro pulsante de atividades urbanas e um novo pólo turístico da Serra Gaúcha.
Feldmann enfatizou que o processo está sendo construído com transparência e ampla participação da sociedade civil e por isso, a prefeitura reativou a Comissão Especial de Acompanhamento do Uso da Maesa, composta por diversas entidades da comunidade, como a Câmara de Vereadores, OAB, UAB, instituições de ensino superior e organizações culturais e comunitárias.
O secretário adjunto também projetou um prazo de até quatro anos para que o complexo esteja em plena operação. Segundo ele, isso inclui o tempo necessário para publicação do edital, seleção do investidor, assinatura do contrato e execução das obras — estas últimas condicionadas às exigências específicas de restauração por se tratar de um prédio tombado pelo patrimônio histórico. O secretário adjunto estimou um prazo que pode variar de 24 até 36 meses para execução das intervenções, depois de vencidas as etapas legais. Entretanto, ele afirmou que a expectativa é que “até 2028 a Maesa seja uma realidade, com o mercado público em funcionamento e os demais espaços abertos para a comunidade”.
Segundo o governo municipal, o novo edital promete ser, um divisor de águas para o futuro do prédio da Maesa — e, mais amplamente, para a integração de Caxias do Sul ao roteiro turístico da Serra Gaúcha. Feldmann também revelou que há um grupo de sindicatos e arquitetos elaborando o projeto de restauração do Bloco 1, onde será instalado o futuro Museu do Trabalho, em homenagem à história da indústria e dos trabalhadores de Caxias do Sul. A iniciativa se insere em um contexto mais amplo de valorização do turismo e da cultura na região.
Confira aqui a entrevista completa.