A crise de saúde mental entre crianças e adolescentes em todo o mundo atingiu um nível alarmante, impulsionada pela “expansão descontrolada” das redes sociais, conforme foi destacado em um relatório do grupo de defesa dos direitos da criança, KidsRight, divulgado em 11 de junho. Pesquisas realizadas pela organização, com sede em Amsterdã, em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, revelam que uma em cada sete pessoas jovens, na faixa etária de 10 a 19 anos, enfrenta algum tipo de problema relacionado à saúde mental.
O Índice KidsRight é um relatório anual que avalia a adesão de 194 países aos direitos da criança e seus esforços para promover melhorias. No relatório de 2025, a KidsRights aponta uma “correlação preocupante” entre a deterioração da saúde mental infantil e o que caracteriza como uso “problemático” das redes sociais – referindo-se ao uso excessivo e viciado dessas plataformas, que impacta negativamente a vida diária dos jovens.
Além disso, o relatório revela uma relação entre o consumo excessivo de conteúdo online e o aumento nas tentativas de suicídio. A taxa global de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos é de 6 por 100 mil, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o documento observa que medidas restritivas, como a decisão da Austrália de proibir o acesso a mídias sociais para menores de 16 anos, podem não ser a solução mais eficaz.
A psicóloga Sabrina Rugeri entende que o melhor a ser feito é estabelecer um uso consciente e limitado das redes para as crianças e adolescentes.
Entre os desafios destacados, o relatório menciona a importância do acesso à informação, mas também alerta sobre a exposição das crianças a problemas como bullying, violência psicológica, exploração sexual, violência de gênero e desinformação.