A ressocialização de presos é um processo que visa reintegrar indivíduos que cumpriram penas de volta à sociedade, oferecendo a oportunidade de construir um futuro melhor e romper com o ciclo de criminalidade. O objetivo é que o egresso tenha a chance de transformar sua vida, ao mesmo tempo em que se previnem novos crimes e se contribui para a segurança pública.
O procurador Gilmar Bortolotto, que acumula 17 anos de experiência na fiscalização dos presídios da região metropolitana, aponta estudos que confirmam o impacto positivo da reinserção social de ex-detentos tanto na segurança pública quanto na economia. Segundo ele, cada preso representa um custo significativo aos cofres públicos, e o sucesso na reintegração é uma vitória tanto para o indivíduo, como para a sociedade civil. “Reduzir as taxas de reincidência é, em última instância, trabalhar pela segurança de todos”, afirmou Bortolotto.
Apesar de avanços, Bortolotto destaca que o sistema prisional brasileiro ainda está longe de implementar políticas públicas de ressocialização de forma eficaz e abrangente. Entre os maiores obstáculos enfrentados pelos ex-presidiários que buscam reinserção na sociedade, ele cita o preconceito, a indiferença social e a falta de disposição para um debate mais amplo sobre o tema em esferas públicas.
O procurador defende que as políticas voltadas para o sistema prisional devem ser desenvolvidas de maneira exclusiva para atender às necessidades desse público. Um assunto que, segundo ele, deveria ser do interesse de todos. Bortolotto ainda menciona que cerca de 60% da população carcerária é composta por analfabetos ou com ensino fundamental incompleto, o que revela uma baixa qualificação profissional. Ele argumenta que a reversão desse quadro depende de iniciativas que comecem ainda dentro dos presídios, durante o cumprimento da pena, e que se estendam para o pós, com políticas que incentivem a contratação de ex presidiários por empregadores.