O terceiro mês do ano marca o início de mais uma edição da campanha anual de prevenção sobre uma patologia que atinge o sexo feminino: a endometriose. É o Março Amarelo. O período tem como objetivo aumentar o conhecimento da população sobre a doença, que acomete até 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo dados do Ministério da Saúde.
O médico-ginecologista do Hospital-Geral, Haley Calcagnotto convive frequentemente com pacientes com essa doença. O profissional esclarece que é necessário investigar as causas do problema, até porque, se não tratado, a endometriose pode causar dificuldades para engravidar. Além de prejudicar, e muito, a rotina das mulheres, uma vez que provoca dores incapacitantes, a cada novo ciclo menstrual.
O médico explica que a endometriose se trata de pequenos fragmentos que revestem o tecido uterino, chamado endométrio, daí o nome da patologia. Eles deveriam ser eliminados durante a menstruação, mas seguem em direção a cavidade abdominal, ocasionando muita dor.
O ginecologista ressalta que a patologia não tem causas genéticas, mas é uma anomalia, não necessariamente ligada ao histórico familiar. Ela tem como causa principal, processos inflamatórios e que geram uma reação imunológica muito forte. Fato que demanda, em muitas dos casos, uma intervenção cirúrgica para extinguir os nódulos localizados na cavidade abdominal.
Haley Calcagnotto ainda esclarece que, apesar de não ter tratamento, o uso de contraceptivos e a reposição hormonal costumam ser eficazes para coibir o início dos processos inflamatórios. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil.