A cor vermelha pode simbolizar raiva, desejo, calor, amor, perigo, mas na vida de muitas pessoas ela significa esperança. O junho vermelho iniciou em 2011 com o intuito de conscientizar a população brasileira sobre a importância da doação de sangue e agradecer aqueles que já fazem ou fizeram a boa ação.
O Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) foi inaugurado no ano de 1997. O serviço é responsável pela captação de doadores, coleta, processamento, testagem e distribuição do sangue doado. A prioridade é a qualidade e a manutenção dos estoques de sangue e atender 100% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) da região. A Roberta Rizzon, assistente social do Hemocs reforça a importância de um hemocentro público na cidade.
Mesmo num tema tão necessário, ainda existem muitas dúvidas e falácias. A prova disso é que no Brasil, 1,78% da população é doadora de sangue, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que um país precisa de no mínimo 3% a 5% da população engajada na causa. A assistente social esclarece como reverter essa situação. Roberta também ressalta a variedade da demanda dos estoques de sangue.
É necessário lembrar que assim como nós, o processo de coleta de sangue evoluiu. A doação pode ser realizada entre cidadãos de 18 a 69 anos de idade, sendo que a primeira vez deve ocorrer antes dos 60. Além dos jovens de 16 e 17 anos que podem realizar a coleta com autorização dos responsáveis. O homem pode doar até quatro vezes ao ano, já a mulher realiza até três coletas. Também há outros pré-requisitos como: não estar grávida, pesar mais de 50 Kg e não estar em jejum. Tudo isso serve para a proteção. Atualmente, toda coleta passa por um processo de triagem, onde o doador é entrevistado e examinado. Assim, é garantido que a doação de sangue não traz risco a ninguém, nem ao doador, nem ao receptor. A Roberta Rizzon explica como essa mudança ocorreu.
As doações precisam atender 49 municípios da região Nordeste do estado, o que resulta em uma média de 1,3 milhões de habitantes. Em 2024, o Rio Grande do Sul registra apenas 1,8% de doadores. A Caline de Cássia, que contou sua história para a Rádio Caxias, é doadora frequente desde 2009. Em 14 anos ela já ajudou a salvar em média 150 vidas. Isso porque uma bolsa coletada pode ser utilizada em até quatro pessoas. A doadora conta qual o sentimento de estender a mão para tantas pessoas. Caline também conta de um caso incomum em que conheceu o paciente que recebeu a doação e a emoção de ver a evolução dele.
Além da doação, outra forma de ajudar é a divulgação. Não espalhar inverdades sobre o serviço, compartilhar quando souber de um estoque de sangue baixo, incentivar pessoas próximas a serem doadores, tudo isso ajuda a criar uma sociedade mais empática sobre o tema.Os caxienses e moradores da região podem doar no Hemocs de segunda a sexta, das 08h15 às 16h45 e aos sábado das 08h ao meio-dia. A coleta pode ser feita sem agendamento, ou com horários agendados pelo telefone (54) 3290-4580 e WhatsApp (54) 98418-8487. O serviço é localizado na Rua Ernesto Alves, próximo a UPA Central. Vale lembrar que o Hemocentro junto com as Secretarias de Saúde dos outros municípios também realiza diversas atividades para facilitar a coleta de pessoas que não moram em Caxias.
Quando se fala sobre qualquer tipo de solidariedade é preciso lembrar-se da imprevisibilidade que é a vida. Acordamos cientes das tarefas que temos para o dia, compromissos da semana, metas do ano, mas não sabemos o que vai acontecer no minuto seguinte. Pode variar entre uma risada com um amigo ou até uma notícia que um ente querido se acidentou. Reconhecer que a qualquer momento podemos estar na mesma situação do próximo é entender que no final, dependemos um dos outros. Por isso estender a mão, seja para um abraço acolhedor ou realizar uma doação de sangue, é o ato mais nobre que podemos ter como sociedade. É pensando nisso que a Rádio Caxias agradece a cada doador. Aquele que saiu de casa ou do trabalho ou aproveitou um horário vago para tornar o medo em uma esperança.