Na manhã desta quinta-feira (13), Kimberlly Nogueira dos Santos, carinhosamente conhecida como Kika, viveu um momento especial ao sair do Hospital Virvi Ramos, onde está internada desde os primeiros meses de vida. Ela se prepara para completar 20 anos no próximo sábado, 15 de fevereiro, e o presente de aniversário escolhido por ela foi um passeio no shopping. Diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença degenerativa sem cura, Kika recebe tratamento que visa aliviar os sintomas e ajudar a lidar com as limitações impostas pela condição, que afeta a força muscular em todo o corpo.
Para o passeio, foi mobilizada uma equipe multidisciplinar para garantir que Kika tivesse todo o suporte necessário fora do ambiente hospitalar. A jovem depende de um ventilador mecânico para respirar, e foram levados quatro cilindros de oxigênio, cada um com autonomia de duas horas, além de equipamentos de primeiros socorros e uma equipe composta por enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e médicos. O Dr. Leonardo Severo, médico responsável por Kika, descreveu a operação como uma verdadeira “operação de guerra”, ressaltando a importância do amparo para a paciente.
O pai de Kika, Rubens Ferreira dos Santos, expressou emoção ao falar sobre a experiência, afirmando que se sente seguro em proporcionar esse momento único para a filha.
Já para Cintia Stefani, uma das técnicas de enfermagem que cuida de Kika há 10 anos, destacou o amor e a dedicação que coloca no trabalho e diz que hoje ela se considera parte da família.
As equipes do shopping se mobilizaram para receber Kika e a família. O passeio começou com surpresas: a Cinderela a aguardava em uma loja de brinquedos enfeitada com balões coloridos e o nome dela gravado. Kika saiu de lá com vários presentes e, em seguida, a princesa a acompanhou nas lojas de roupas e perfumarias.
Kika, que se formou no ensino fundamental em 2022 na Escola Municipal Luiz Antunes, não pôde frequentar a escola presencialmente devido às restrições impostas pela AME. No entanto, recebia a visita de uma professora em seu quarto, que muitas vezes trazia colegas para interagir com ela.
Casos como o de Kika são considerados exemplo de superação, uma vez que a expectativa de vida para a maioria das crianças diagnosticadas com AME é de apenas dois a três anos.