No mês de janeiro, acontece a campanha Janeiro Roxo, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da hanseníase, uma doença ainda cercada por mitos e estigmas. A iniciativa busca divulgar informações sobre medidas preventivas e formas de tratamento, reforçando o combate ao preconceito. O Dia Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase é celebrado no último domingo de janeiro, que em 2024 será no dia 26.
No Rio Grande do Sul, a hanseníase é considerada eliminada como problema de saúde pública. No entanto, mesmo com níveis mais baixos em comparação ao restante do país, ainda há circulação do agente causador da doença. Até 1995, a hanseníase era conhecida como “lepra”, mas o termo foi alterado para reduzir o estigma associado à doença.
Dados do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase no Brasil, divulgados pelo Ministério da Saúde, apontam que entre janeiro e novembro de 2023 foram registrados quase 20 mil novos casos no país. A Região Nordeste lidera esse ranking, com 7.779 ocorrências.
Segundo a dermatologista Rafaela Bergmann, os sintomas da hanseníase podem se manifestar como feridas que não cicatrizam, manchas que persistem e apresentam dormência devido à diminuição da sensibilidade, podendo também causar danos neurais graves.
A médica ressalta que uma pessoa infectada que não realiza o tratamento pode transmitir a doença por meio de espirro, tosse ou fala. O contato próximo e prolongado com uma pessoa contaminada também aumenta o risco de transmissão.
O Ministério da Saúde esclarece que a hanseníase não é transmitida por abraços, compartilhamento de pratos, talheres, roupas de cama ou outros objetos pessoais.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente o tratamento e acompanhamento da hanseníase nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O tratamento é realizado por meio da Poliquimioterapia Única (PQT-U), que combina três antimicrobianos para combater a doença. A Dra. Rafaela explica que em Caxias do Sul os pacientes recebem acompanhamento individualizado por meio do CES (Centro Especializado de Saúde), com orientações desde o diagnóstico até o fim do tratamento.
O tempo de tratamento varia conforme cada caso, mas a recomendação é que ele seja iniciado imediatamente após a confirmação do diagnóstico, garantindo melhores resultados e prevenindo complicações.