O Observatório Europeu divulgou que janeiro de 2025 foi o mês mais quente já registrado globalmente, com temperaturas 1,75°C acima da média esperada. Esse dado reforça a tendência alarmante de mais de 18 meses consecutivos com temperaturas superiores ao normal. O mês de janeiro terminou com uma temperatura média de 13,23°C, sendo 0,79°C superior à média observada entre os anos de 1991 e 2020.
Entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, a temperatura global foi 1,61°C superior à média do período de 1850 e 1900, referência para o nível pré-industrial. De acordo com o meteorologista Leandro Pulschalski, da MetSul Meteorologia, o recorde de temperatura não está diretamente relacionado ao fenômeno El Niño, mas à presença de La Niña, que normalmente está associada a temperaturas globais mais baixas. No entanto, os eventos climáticos globais, como El Niño ou La Niña, podem ser influenciados por outras variáveis, resultando em padrões climáticos inesperados, como o recorde de temperatura atual.
Pulschalski alerta para o aumento da emissão de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, responsável pelo aquecimento global. Esses gases, presentes nas atividades econômicas essenciais e vilões para o clima, intensificam a ocorrência de eventos extremos, como ondas de calor.
No Brasil, 111 cidades enfrentaram mais de 150 dias de calor extremo, com temperaturas frequentemente superiores a 40°C. Isso significa que todas essas cidades vivenciaram, no mínimo, um dia de calor extremo. Dados também revelam que, no ano passado, 6 milhões de brasileiros enfrentaram ao menos 150 dias de calor intenso.