Com a economia em crescimento e índices superiores à média estadual, a indústria se destaca entre os setores da região. Após um início de ano marcado por quedas acentuadas em Caxias do Sul, o setor demonstrou recuperação ao longo dos meses, com um crescimento de 3,9% em outubro em relação ao mês anterior. As vendas industriais aumentaram 12,1%, e as horas trabalhadas cresceram 11,2% em comparação a setembro. No acumulado do ano, as horas trabalhadas subiram 13,7%, enquanto a massa salarial registrou um aumento significativo de 18,1%. A geração de empregos também se destacou, com a criação de 453 novas vagas.
O vice-presidente de Relações Institucionais do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), Ruben Bisi, relaciona os avanços do setor com as inovações nos segmentos de implementos, robôs de aço, autopeças e marcas de destaque. Em 2024, o setor de ônibus cresceu 20%, enquanto os implementos foram impulsionados por equipamentos auxiliares para o agronegócio, como pistões e cilindros hidráulicos. Apesar do crescimento modesto do agronegócio, as exportações permaneceram fortes.
Bisi destaca que, apesar de uma boa carteira de pedidos e contratações, o déficit de mão de obra tanto qualificada quanto não qualificada continua sendo o maior desafio. A avaliação geral do setor é positiva, sustentada pelo bom desempenho do agronegócio, o crescimento do PIB e a confiança dos empresários, mesmo diante das taxas de juros elevadas.
Para 2025, Bisi prevê um crescimento de cerca de 5% em relação a 2024, mas alerta que o principal desafio será a incerteza quanto ao pacote de cortes de gastos do Governo Federal, que poderá ser votado nesta semana. Além disso, o impacto das taxas de juros, especialmente acima de 12%, pode afetar investimentos e consumo, com possíveis retrações psicológicas em consumidores e empresários, principalmente para compras financiadas.
Com o fim de ano, muitas empresas da região optaram por conceder férias coletivas aos trabalhadores da indústria. O Simecs estima que a produção voltará ao ritmo normal a partir da segunda semana de janeiro de 2025.