Em entrevista ao Jornal da Caxias, o professor Wyllians Borelli, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), falou sobre um estudo publicado na Revista Científica The Lancet, que aponta a falta de acesso à educação como um dos principais fatores de risco para o declínio cognitivo no Brasil. Utilizando o banco de dados nacional ELSE, que inclui 10 mil pessoas, a pesquisa empreendida pela UFRGS identificou que a educação é o maior fator modificável para a prevenção de demência no país.
Conforme o professor, ao contrário de países do hemisfério norte, onde a idade é o principal fator de risco, no Brasil a educação foi destacada como o principal determinante para a saúde cognitiva. Borelli ressaltou que, além da educação, outros fatores como sedentarismo, pressão alta, diabetes e isolamento social também contribuem para o aumento do risco de demência.
De acordo com Borelli, o estudo ainda revelou que a demência é subdiagnosticada no Brasil, com 80% dos casos não sendo identificados, o que torna a prevenção e o diagnóstico precoce fundamentais. Para o pesquisado, políticas públicas focadas em educação de qualidade são essenciais para melhorar a saúde cognitiva da população.
O professor também destacou que, além da educação, a prática de exercícios físicos regulares tem um impacto positivo na saúde cerebral, ajudando a prevenir doenças como Alzheimer. Borelli enfatizou que, embora não haja cura para a demência, a prevenção e o controle de fatores de risco são fundamentais para reduzir a incidência da doença.