Um estudo realizado por uma equipe composta por professores, estudantes, técnicos e colaboradores externos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mapeou cerca de 18 mil km² no Rio Grande do Sul. A pesquisa utilizou imagens de satélite de alta resolução, em grande parte cedidas pelo Exército Brasileiro, e contou com um levantamento em campo que identificou 16.862 deslizamentos resultantes do acúmulo de chuvas entre o final de abril e maio de 2024. O município de Caxias do Sul apresentou a maior quantidade de cicatrizes de movimentos de massa mapeados, com 656, seguido por Veranópolis, com 636.
O mapeamento foi coordenado pelo professor do Instituto de Geociências (IGeo) Clódis Andrades-Filho e pelo mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto (PPGSR/UFRGS) Lorenzo Mexias. Clódis Andrades-Filho destaca que o estudo surgiu de forma emergencial após a tragédia climática, com o objetivo de que esses pontos fossem identificados e acessados por voluntários e equipes de resgate. Ele explica as principais razões para a alta incidência de movimentos de massa em Caxias do Sul e Veranópolis.
O levantamento aponta que 150 municípios gaúchos foram atingidos por deslizamentos este ano o que afetou diretamente mais de 10 mil propriedades e comprometeu o acesso por estradas em várias regiões. Segundo o professor, o estudo deve servir de suporte para decisões de gestão pública, com foco em prevenir novas ocorrências em áreas vulneráveis por meio de medidas de adaptação, como obras de contenção e drenagem em áreas agrícolas, zoneamento das regiões de maior risco com restrições do solo, formação de profissionais sobre risco geológico e de adaptação e aperfeiçoamento de sistemas de alerta.
A mapeamento completo está disponível para o acesso da população através do link: https://www.arcgis.com/apps/webappviewer/index.html?id=0149f5a72e4e4ec48fa52469a78b270b&extent=-5780508.5275%2C-3414054.1618%2C-5777928.7777%2C-3412322.3854%2C102100