O espetáculo “Odila”, que e parte do projeto de circulação “À Memória de Odila”, realizará a sua última apresentação, neste sábado (14), às 19h30, no Centro Cultural Euzébio Beltrão de Queiróz, em Caxias do Sul (RS), com entrada gratuita.
A peça narra a vida de Odila Gubert, jovem caxiense que sobreviveu à tragédia na Metalúrgica Gazola, em 1943. O monólogo, encenado e dirigido pela atriz, Tina Andrighetti, teve dez apresentações entre 2023 e 2024, passando por diversos distritos e bairros de Caxias do Sul, incluindo: Criúva, Santa Lúcia do Piaí, Vila Cristina, Vila Oliva, Vila Seca, Desvio Rizzo, Panazzolo, Petrópolis e Santa Fé.
Montado, inicialmente, em 2016, como parte do projeto “Identidades”, o espetáculo visa trazer histórias reais ao palco. Em 2023, a peça foi retomada para marcar os 80 anos da explosão e os 20 anos da morte de Odila Gubert, com uma agenda que destaca o caráter popular da obra. Após se aprofundar na história da personagem real “Odila”, a atriz Tina Andrighetti teve uma forte identificação com a vivência retratada no palco. Segundo a atriz, que dá vida a personagem “Odila”, a peça é uma oportunidade única, pois narra a história de superação de uma personagem real de Caxias do Sul, que apesar de sofrer graves lesões, decorrentes da explosão, soube dar a volta por cima.
O espetáculo tem financiamento da LIC Municipal e o apoio das empresas Super Pneus e Fundação Marcopolo. O Centro Cultural Euzébio Beltrão de Queiróz está localizado na rua Bento Gonçalves, nº 3333, próximo ao Campo do Caxias).
Sobre a tragédia
Em 22 de julho de 1943, uma série de explosões devastou o principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia, resultando na morte de sete funcionárias que trabalhavam “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, esta última reconhecida como vítima apenas em 2018. A tragédia também deixou 15 feridos, entre eles Odila Gubert, de 20 anos, cuja vida mudou drasticamente após o acidente. Odila teve a perna direita amputada e passou três meses e meio hospitalizada devido aos ferimentos. Naquele dia, cerca de vinte jovens operárias, com idades entre 14 e 20 anos, estavam no pavilhão fabricando munições para os combatentes brasileiros. A empresa, que havia sido assumida pelo Exército, produzia artefatos bélicos. Na época, os direitos trabalhistas recém-estabelecidos ainda não garantiam igualdade entre homens e mulheres, nem eram plenamente cumpridos