O Governo do Estado publicou, em 14 de março, um decreto que retira incentivos fiscais de 64 setores produtivos. Com isso, a partir de 1º de abril, alguns itens da cesta básica, por exemplo, ficarão mais caros, segundo projeções da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Esse receio da entidade é compartilhado pela Associação da Empresas de Pequeno Porte do Rio Grande do Sul (Microempa), que também acredita que a medida aumente os itens que compõe a cesta básica gaúcha. Além de ter reflexos no setor produtivo, diminuindo, assim, a competitividade dos itens produzidos no Estado.
Conforme o vice-presidente da entidade, Tiago Azevedo, as entidades têm buscado um maior diálogo com o governo, justamente, para evitar essa situação; contudo, o governador, Eduardo Leite, estaria inflexível. Apesar de ter opções mais viáveis, na opinião de Tiago, para equacionar as perdas tributárias do Estado e que, justamente, serviram de justificativa para a medida controversa, decretada por Leite. Situação que tem desagradado, e muito, o empresariado local.
Tiago cita, como alternativa para essa geração de impostos, a busca de novas parcerias, a fim de alavancar a economia do Estado, a exemplo de incentivos fiscais, concedidos a montadoras para a instalação delas no Rio Grande do Sul. Outra medida eficaz, na opinião do vice-presidente da Microempa, seria pensar em processos mais eficazes de escoamento de produção, questões que poderiam movimentar a indústria gaúcha e, por tabela, toda a cadeia produtiva.
O vice-presidente da Microempa destaca que essa também seria a bandeira defendida pela Federasul, ou seja, fazendo contato com diversas associações, a fim de pressionar o governo. Tendo em vista que a preocupação mais salutar, no momento, continua sendo a alta nos alimentos, situação que deve gerar um impacto negativo junto a parcela mais pobre da população gaúcha. Porém, sem esquecer da questão ligada a competitividade, algo que precisa ser considerado nessa conta e impacta todo o Estado, em seus mais variados setores.
Neste sentido, uma das pautas e reivindicações da Federasul, endossadas pela Microempa, é que o governo abra o diálogo. Até porque, na opinião de Tiago, o poder público e o privado precisam andar lado a lado; caso contrário, haverá um descompasso na balança comercial do Estado. Sendo assim, o vice-presidente de Miocroempa assinala que essa soma de esforços teria como único propósito chegar a um meio termo quanto ao assunto, ou seja, beneficiando tanto o governo quanto a população.