O Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, é mais do que uma homenagem aos laços afetivos entre gerações — é também um convite à reflexão sobre a forma como tratamos nossos idosos, especialmente, em um cenário preocupante de abandono afetivo, como têm alertado especialistas em direito de família.
A advogada Bartira Merlin, do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), chama atenção para o crescimento de casos em que pais idosos são deixados de lado pelos próprios filhos — uma realidade dolorosa que tem impactos emocionais e legais. Segundo ela, o abandono afetivo pode acarretar sanções jurídicas, como a perda do direito à herança e até ações por indenização.
Neste Dia dos Avós, é essencial lembrar que o envelhecimento deve ser acompanhado de respeito, acolhimento e, sobretudo, de informação. De acordo com Bartira, muitos desconhecem os direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso e outras ferramentas jurídicas, como o testamento vital — que permite ao idoso determinar, de forma antecipada, como deseja ser tratado em situações de saúde debilitada.
Além disso, Bartira alerta para outro risco que cresce com a vulnerabilidade emocional dos mais velhos: os golpes disfarçados de relacionamentos afetivos, que expõem ainda mais a necessidade de orientação e proteção legal.
Enquanto celebramos os avós com carinho, histórias e memórias, também é tempo de fortalecer o compromisso familiar e social com sua dignidade. Que esta data sirva não apenas para presentear, mas para escutar, respeitar e cuidar de quem tanto já cuidou de nós.