As enchentes no Rio Grande do Sul ocasionaram impactos significativos diretos na produção agrícola, sobretudo na apicultura. A polinização é considerada um dos fatores primordiais para que as flores continuem produzindo frutos e sementes. Por vez, plantas são cultivadas para servir de alimento, bebida e medicamentos. Com a polinização afetada, demais cultivos se tornam uma preocupação.
Além de abelhas de criações comerciais, abelhas nativas sem ferrão e outros insetos que contribuem para a polinização de cultivos importantes do Estado foram afetadas, entre elas, a maçã que depende completamente deste recurso para o desenvolvimento. No caso de insetos mantidos em criações comerciais, o principal recurso se encontra em alimentação proteica para manter os enxames, enquanto no caso de abelhas silvestres o cenário se torna duplamente complicado pela mortandade e escassez de flores.
Conforme o presidente da Associação Caxiense de Apicultores e Panicultores, David Emenegildo, a Federação busca recursos para que cúpulas sejam adquiridas e ocorra a reprodução das abelhas. Ele salienta que alguns cultivadores ainda não conseguem estimar as perdas. Além disso, a maior preocupação está nas produções futuras de alimentos.
A estimativa é que a apicultura leve ao menos dois anos para se recuperar. Segundo David Emenegildo, a Associação busca desenvolver as pequenas propriedades de maneira que o cultivo das abelhas seja preservado. Este ano, em Caxias, a Federação Caxiense de Apicultores e Melipanicultores celebra 60 anos de existência, marcada por ser a associação mais antiga do segmento.