A época mais doce do ano está chegando, e com ela, os ovos de Páscoa começam a ocupar as prateleiras dos supermercados. No entanto, assim como outros produtos que enfrentam altas de preços, o chocolate não deve escapar da inflação em 2025 e pode até superar os aumentos. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, responsável por medir a inflação do país, o item “chocolate em barra e bombom” acumula alta de 15,62% nos últimos 12 meses.
A alta é explicada por economistas como resultado de um salto de 189% nos preços do cacau em 2024, causado pela quebra de safra na Costa do Marfim e em Gana, dois dos principais produtores mundiais da amêndoa. Com a inflação elevada, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) destaca que o setor está buscando alternativas para minimizar o impacto no consumidor.
Apesar dos desafios econômicos, o setor demonstra otimismo e espera um aumento nas vendas este ano. Em 2024, a produção nacional de ovos de Páscoa ultrapassou 58 milhões de unidades, representando um crescimento de 17% em relação a 2023. Para 2025, a expectativa é de um crescimento semelhante.
Conhecida como a capital nacional do chocolate artesanal, Gramado, já se prepara para a data. Segundo o presidente da Associação da Indústria e Comércio de Chocolates de Gramado (Achoco), Fabiano Contini, a produção na região da Serra Gaúcha está de acordo com o ano anterior, com tendência de aumento na oferta. Contini ressalta que o setor na região não enfrenta grandes desafios na cadeia de matéria-prima, já que o cacau é adquirido diretamente do Brasil, garantindo a qualidade do produto. Apesar dos custos elevados, as expectativas de vendas são positivas.
No ano passado, Gramado foi responsável pela venda de aproximadamente 650 toneladas de chocolate durante a Páscoa. Atualmente, a produção na região está em fase final, devendo se manter ativa por mais duas semanas. Além disso, a expansão de franquias e empresas que revendem os produtos representa um crescimento de 20% ao ano.
Com uma produção que deve superar as expectativas, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) prevê uma alta de dois dígitos nos preços dos ovos de Páscoa, embora não deva ultrapassar 50%. Ainda não há pesquisas específicas sobre a inflação dos ovos de Páscoa em 2025, mas o setor mantém um cenário otimista.