Com o avanço preocupante dos casos graves de doenças respiratórias no Rio Grande do Sul, especialmente entre crianças pequenas e idosos, o Governo do Estado decretou, na última segunda-feira (19), situação de emergência em saúde pública. Sobre os motivos da decisão e as medidas adotadas, a Rádio Caxias conversou, nesta quarta-feira (21), com a secretária-adjunta da Secretaria Estadual da Saúde, Ana Costa.
Segundo ela, a situação é alarmante. Desde o início de 2025, o Estado já registrou mais de 4 mil internações por complicações respiratórias, sendo que cerca de 30% dessas hospitalizações foram para Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Até o momento, 313 pessoas morreram, a maioria idosos e crianças menores de 5 anos, justamente os mais vulneráveis e o foco da campanha de vacinação iniciada em abril.
Apesar da gravidade, a cobertura vacinal no Rio Grande do Sul é de apenas 30%, índice considerado extremamente baixo para conter a disseminação do vírus Influenza. “É como se só três em cada dez pessoas estivessem com o escudo levantado”, disse Ana Costa, ao comparar a proteção da vacina a uma defesa contra um ataque iminente.
A secretária também fez outra analogia: “É como deixar a porta de casa aberta durante uma tempestade”, referindo-se à falta de imunização. “Se não fecharmos essa porta — que é a vacina — o vento, ou melhor, o vírus, entra e faz estrago. Mas se todo mundo se vacina, é como se o bairro inteiro trancasse suas portas, impedindo a doença de circular.”
Como parte da resposta emergencial, o governo estadual anunciou um investimento de R$ 20,8 milhões na chamada Operação Inverno Gaúcho. Os recursos serão usados para reforçar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde e nas UPAs, com a contratação de mais profissionais, compra de medicamentos e ampliação dos horários de atendimento. A secretária confirmou que o Hospital Geral de Caxias do Sul foi contemplado com parte desses recursos, assim como todos os municípios do Estado.
Ana Costa lembrou na oportunidade, que os cuidados básicos aprendidos durante a pandemia seguem sendo válidos: usar máscara ao apresentar sintomas, lavar bem as mãos e manter a vacinação em dia. Ana Costa encerrou a entrevista com um alerta direto: “A gripe não é apenas um resfriado. Em pessoas mais frágeis, ela pode virar uma doença muito grave”, salientou a secretária-adjunta.
A vacina, que é gratuita e está disponível nos postos de saúde, continua sendo a principal forma de evitar internações e mortes. Conforme a secretária-adjunta, “quando mais gente se vacina, o vírus encontra menos portas abertas para entrar. E isso protege a todos.”
Confira aqui a entrevista do dia.