Decorridos 12 meses da maior catástrofe climática da história recente do Rio Grande do Sul, a Rádio Caxias tem questionado, nas últimas semanas, autoridades sobre o que ainda precisa ser feito para reconstruir o Estado, que sofreu não apenas com as enchentes, mas também com inúmeros deslizamentos em cidades da Serra Gaúcha. Nesta segunda-feira (05), o Jornal da Caxias conversou como o representante do Governo Federal, o secretário extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Maneco Hassen. Ele destacou os principais avanços neste período e apontou entraves que ainda impedem uma resposta mais rápida à população atingida pela catástrofe climática de 2024. Segundo ele, 94% dos recursos públicos aplicados na reconstrução, até agora, vieram do governo federal — um total que ultrapassa R$ 112 bilhões.
Entre os destaques, Hassen citou os R$ 30 bilhões destinados a fundos e obras em parceria com o governo estadual, incluindo R$ 6,5 bilhões já depositados para obras de proteção na Região Metropolitana, que aguardam licitação por parte do Estado; as 330 pontes que terão reconstrução com recursos federais em 126 cidades gaúchas; as mais de 1,6 mil moradias que já foram entregues e as nove mil que estão sendo construídas, com previsão de beneficiar cerca de 20 mil famílias; os 200 mil produtores rurais que já foram atendidos com medidas como anistia e renegociação de dívidas; as 66 mil empresas que acessaram linhas de apoio para retomada econômica; e as mais de 429 mil famílias que receberam o Auxílio Reconstrução.
Durante a entrevista, questionado sobre a queda de braço entre o governo Lula e o gonernador Eduardo Leite sobre recursos vindos da união ao governo do Estado, o secretário fez críticas à lentidão de Leite em algumas áreas, especialmente na atualização e licitação de projetos de obras de contenção de cheias. Conforme o secretário, “seis meses depois do depósito dos recursos, o governo do Estado ainda não contratou nem as empresas para atualizar os projetos”, situação que na avalição de Hassen é “inadmissível”.
Conforme o secretário, com as atenções voltadas, agora, para o tema da habitação, o governo federal trabalha com a meta de garantir com rapidez as novas moradias para todas as famílias desabrigadas. Segundo Hassen, para agilizar o processo, o programa “compra assistida” foi criado, permitindo a aquisição direta de imóveis prontos, novos ou usados. Mesmo assim, Hassen reconhece que a burocracia ainda impõe um tempo médio de 90 dias até a liberação do financiamento.
Confira aqui a entrevista completa.