O setor de comércio e serviços deve encerrar 2025 com crescimento estimado de 3%. O desempenho, considerado modesto pela área, reflete um ano marcado por juros elevados, crédito restrito e aumento da inadimplência. A avaliação é do presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner, durante entrevista à Rádio Caxias.
Segundo ele, “o cenário econômico não favoreceu o setor”. Pioner avalia que 2025 foi um ano de consumo contido e obstáculos estruturais. De acordo com ele, “esse crescimento de 3% está abaixo do necessário para retomar o ritmo pré-pandemia”. Ele acredita que a reforma tributária também tem gerado preocupação entre os empresários. Embora prometa simplificação, o dirigente avalia que a nova legislação ainda traz incertezas e deve começar a impactar diretamente o setor a partir de 2026.
Questionado sobre as perspectivas para o próximo ano, Pioner destacou que elas dividem o setor. O calendário de nove feriados nacionais em dias úteis pode impulsionar o turismo e as datas comemorativas, mas também reduzir o número de dias de portas abertas — o que tende a afetar o faturamento, sobretudo em cidades com menor fluxo de visitantes.
Além disso, ele acredita que o próximo ano, por ser de período eleitoral, costuma gerar cautela nos investimentos, com instabilidade e incertezas políticas. Na opinião dele, “o próximo ano será decisivo, pois, há uma série de variáveis em jogo — do cenário político ao controle dos gastos públicos”. Ou seja, ele avalia que “sem um ambiente de confiança, será difícil recuperar o ritmo”.
De acordo com Pioner, apesar do desempenho tímido em 2025, o setor varejista aposta nas vendas de fim de ano para encerrar o período em alta. O dirigente garante que o Natal segue como a principal data do varejo, movimentando tanto lojas físicas quanto o comércio eletrônico.
Durante a entrevista, o dirigente ainda destacou que entre os dias 21 e 23 de outubro, uma comitiva com mais de 40 lideranças do varejo gaúcho participa do Fórum Nacional do Comércio, em Brasília. Promovido pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o evento discutirá políticas públicas e o ambiente de negócios no país. Segundo Pioner, a delegação levará pautas como a atualização do teto do Simples Nacional, o aumento do limite de faturamento para MEIs e a regulamentação da reforma tributária.
Confira aqui a entrevista completa.