Cerca de 100 integrantes da comunidade escolar protestaram em frente à Secretaria Municipal de Educação (Smed) na manhã desta segunda-feira (20), contra a medida anunciada na última sexta-feira (17). Na data, o Executivo informou que 15 escolas municipais deixarão de ofertar o 9º ano em 2026, que será absorvido por escolas estaduais que já ofertam o Ensino Médio. Ao todo, 928 estudantes, que atualmente cursam os 8º anos serão transferidos, conforme estudo e parceria realizados pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) e 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
As transferências irão ocorrer para escolas da mesma região, mas casos de alunos que residirem a mais de dois quilômetros de distância da nova instituição de ensino terão direito a passagem 100% gratuita. O Município alega falta de estrutura para atender a demanda atual pelos anos iniciais.
Contudo, apesar do cronograma apresentado pela administração, o anúncio gerou descontentamento entre pais, alunos e demais integrantes da comunidade escolar envolvidos no processo.
A presidente do Conselho Escolar da Escola Machado de Assis, Denise Nunes, apontou falta de diálogo por parte da Prefeitura. Ela relatou que a instituição têm salas para comportar os anos iniciais e acusa a administração de não ter feito um estudo físico, mas de gabinete.
Denise ainda disse que a Prefeitura ocupa salas nas escolas com materiais de leilão e que poderia reformar os espaços e ocupar com alunos. Além disso, afirmou que o Estado não irá conseguir dar o mesmo suporte do Município.
Durante o protesto, os participantes foram convidados a entrar na Secretaria para momento de fala com a titular da pasta, Marta Fattori. A secretária garantiu que tudo está alinhado para receber os alunos da melhor forma possível junto ao Estado. Lembrou que os estudantes do 9º ano já vão naturalmente para as escolas estaduais.
Fattori garantiu que a Prefeitura optou por atender a todos e não negar vagas aos anos iniciais. Ela considerou que a comunicação sobre a mudança não poderia ter sido feita diferente e que foi realizada de forma antecipada.
Silvana Piroli, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), apontou que as turmas iniciais só demandam um professor. Sendo assim, alguns profissionais terão que complementar carga horária em outras escolas, o que vai gerar desconforto e desorganização na vida dos profissionais.
Ela também ponderou sobre o vínculo dos alunos com professores ao longo do Ensino Fundamental e citou que Parceria Público-Privada da Educação Infantil já está sendo viabilizada pelo Município. A presidente citou que a sugestão do Sindicato era a construção de uma sala de aula em cada uma das escolas, com possibilidade de atender cerca de 3,2 mil alunos a mais com custo baixíssimo.
A previsão é que a comunidade escolar promova protesto na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (21).