A tarde desta quinta-feira (23) foi marcada pela reunião pública para a transferência dos 9º anos em 15 escolas municipais na Câmara Municipal de Vereadores. Organizado pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação da Casa do Povo, o evento reuniu representantes das secretarias de educação municipal e estadual, do Legislativo, Ministério Público, Conselho de Educação, Sindicato dos Servidores Municipais, pais, alunos e professores.
Ao abrir a sessão, a secretária de Educação (Smed) de Caxias do Sul, Marta Fattori, defendeu a decisão argumentando que as escolas que deixarão de ter o último ano do ensino fundamental estão em locais de gargalo da educação do município. Segundo ela, essas instituições enfrentam sobrecarga no número de alunos matriculados e alta procura por novas vagas.
A coordenadora da 4ª CRE, Cristina Boeira, defendeu a rede estadual e a acolhida oferecida para os alunos. Ela destaca que o atual período corresponde as matrículas.
Um momento oportuno foi destinado para as manifestações dos vereadores que levantaram questionamentos, principalmente para a secretária Marta Fattori. A maioria dos parlamentares que ocuparam o espaço representa a oposição do governo municipal. Entre os apontamentos, o vereador Cláudio Libardi (PCdoB), questionou qual valor será economizado pelo município com tais mudanças. Nesse sentido, o parlamentar destacou R$ 9,6 milhões em verbas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para publicidade, sendo mais de R$ 6 milhões em cotas de televisão.
Em outra oportunidade, 12 pais e professores foram ouvidos. Além de questionamentos sobre o futuro dos alunos e de questões técnicas quanto a essas alterações, a falta de diálogo com todos os atingidos pela decisão anunciada nesta semana foi amplamente ponderada. O comportamento e recepção da secretária nos encontros com a comunidade também foi alvo de criticas entre os presentes. Em paralelo, alguns pronunciamentos buscaram o apelo emocional da titular da Smed. Em coro o pedido esteve na manutenção do nono ano na rede municipal para a conclusão de um ciclo iniciado por muitos dos alunos ainda no inicio da vida escolar.
Nas considerações finais a secretária da Educação, Marta Fattori, respondeu alguns dos questionamentos, mas trouxe ênfase que as ponderações serão estudadas. Ela conta que a decisão da mudança foi necessária diante do alto volume de vagas demandadas pela gestão municipal.
Um relatório da reunião será montado pela Câmara de Vereadores unindo as principais questões e levantamentos do encontro. Segundo o presidente da Comissão de Educação, Edson da Rosa (Republicanos), esse documento será encaminhado ao Executivo, bem como as proposições de novos estudos de impacto pedagógico e logístico e frisar a importância da participação da comunidade nas reestruturações.
O presidente da Casa Legislativa, Lucas Caregnato (PT), também apontou que enviará uma moção repudiando a decisão tomada em relação à transferência de turmas do nono ano de escolas municipais para outras da rede estadual.
A maioria dos vereadores presentes ocupava a posição de oposição ao governo municipal.