A Prefeitura de Caxias do Sul publicou, nesta segunda-feira (15), o edital do Concurso Público nº 02/2025, com vagas para diversas especialidades médicas e outras áreas da administração. A medida é a principal resposta à saída de 15 médicos do Centro Especializado em Saúde (CES) neste ano, o que causou até o momento um déficit estimado de 2.160 consultas mensais, gerando preocupação entre população.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), os desligamentos se concentraram em neurologia, reumatologia e dermatologia, áreas que já sofriam com longas filas de espera. Em entrevista para a Rádio Caxias, a secretária adjunta da Saúde, Daniele Meneguzzi, destacou que a gestão municipal está atuando em várias frentes para garantir a continuidade do atendimento, entre as principais medidas, destacadas pela titular da pasta, estão: o novo concurso público com 34 vagas, salários entre R$ 5,5 mil e R$ 18,4 mil (e previsão de nomeações em dezembro); Implantação da telemedicina para determinadas especialidades devem entrar em vigor até outubro, com cabines para neurologia, psiquiatria e neurologia infantil; Contratações emergenciais de empresas de prestação de serviços médicos, num modelo já usado em UBSs; e plano de contingência, para assegurar a renovação de receitas e evitar desabastecimento de medicamentos. Daniele ainda afirmou durante a entrevista que mesmo sem esses 15 médicos os pacientes não ficarão sem remédios.
Os pedidos de exonerações dos médicos também foram atribuídas pelos próprios profissionais e entidades da categoria a fatores como infraestrutura precária no CES, remuneração inferior à do setor privado e fiscalizações consideradas excessivas por parte de vereadores. Segundo a secretária adjunta, parlamentares vêm realizando inspeções em unidades de saúde, gerando desconforto entre os profissionais. Neste sentido, Daniele ressaltou que a prefeitura não é contra o controle externo, mas pede “respeito na forma como a fiscalização é feita e divulgada”, lembrando que a SMS já possui mecanismos próprios de monitoramento e responsabilização.
Em relação a estrutura física do CES, considerada defasada, Daniele explicou que a Prefeitura busca há mais de dois anos um novo imóvel e deve lançar um edital no modelo “build to city”, em que empresas constroem ou reformam um prédio sob medida e depois o alugam ao município. De acordo com a secretária adjunta da Saúde, a unidade precisa ter mais de 6 mil m² para atender às exigências de acessibilidade e normas sanitárias.
Além disso, Daniele garantiu que há expectativa de ampliar parcerias com os hospitais filantrópicos de Caxias (Geral, Pompeia, Virvi Ramos e Círculo), especialmente com este último. De acordo com a secretária adjunta, Hospitais privados, como o Saúde, só entrariam na rede caso fosse comprovada a incapacidade de suprir a demanda com os filantrópicos.
Apesar do cenário de crise e da possibilidade de novas exonerações, a secretária adjunta afirma que o Executivo Municipal está comprometido em manter o atendimento. De acordo com Daniele: “a saúde é sempre urgente”, e a pasta municipal está empenhada “em encontrar soluções rápidas, viáveis e legais para garantir o atendimento à população”.
Confira aqui a entrevista completa.