Estas foram algumas das prioridades definidas no encontro desta terça-feira (20), entre o Judiciário e a cúpula da segurança pública do Estado, que discutiu os índices de criminalidade em Caxias. Além disso, serviu para entender as motivações da violência e melhorar a comunicação entre os órgãos responsáveis. Conforme a diretora do Foro da Comarca e titular da 1ª Vara de Execução Criminal, Joseline de Vargas, a reunião foi sugerida, inclusive, pelo Ministério Público.
A reunião identificou algumas prioridades da segurança em Caxias do Sul. O alinhamento da comunicação entre as forças foi a base da discussão que concluiu pela necessidade de uma estrutura física específica para o regime semi-aberto nas duas cadeias da cidade. Joseline cita ainda que o local é essencial para melhorar a transição dos presos. Com isso, eles não seriam mais direcionados imediatamente para a prisão domiciliar.
Segundo Joseline, o semi-aberto que está desativado desde 2016 deve ser reformado ao lado do Presídio Regional de Caxias do Sul. O local deixou de receber detentos desde que sofreu com incêndios causados pelos presos. A informação é de que orçamentos para a reforma já foram feitos, mas não existem maiores detalhes. A expectativa é de andamento dos trabalhos no início do segundo semestre do ano.
Sobre as motivações e a origem dos diversos homicídios que estão sendo registrados na cidade, a juíza aponta que é de comum entendimento que são originários da disputa entre facções. Além disso, existe o conhecimento da influência de detentos de dentro das casas prisionais.
Com a finalidade de combater a criminalidade também foram realizadas revistas entre sexta (16) e segunda-feira (19), no Presídio Regional de Caxias e na Penitenciária Estadual. Durante a ação, foram apreendidos celulares, substâncias ilícitas e também ocorreu a transferência de detentos.
Até esta quarta-feira (21), Caxias do Sul registrou um total de 29 mortes violentas, englobando homicídios e confrontos, desde o início do ano. Além de Joseline, estiveram presentes à reunião, autoridades do Judiciário, como corregedora-geral da Justiça, desembargadora Fabianne Baisch; e o procurador-geral da Justiça, Alexandre Saltz. Além deles, o secretário estadual de Segurança Pública, Sandro Caron; e o secretário-adjunto de Sistemas Penal e Socioeducativo, César Atilio Rossato, entre representantes da Brigada Militar e Polícia Civil.