Segundo estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU), 211 milhões de pessoas vivem fora de seus países de origem. Deste contingente, 123,2 milhões são pessoas que foram deslocadas forçadamente, expulsas de sua terra, de seus lares devido a: guerras, catástrofes naturais ou provocadas, questões climáticas, conflitos graves no país, perseguições, fome e miséria e graves violações de direitos humanos. Os números foram apresentados durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul desta segunda-feira (29), através da palestrante, a religiosa Irmã Rosita Milese, referência internacional na defesa dos direitos humanos dessas populações e laureada com o Prêmio Nansen para Refugiados 2024, concedido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Irmã Rosita palestrou na CIC Caxias sobre o tema “Refugiados e migrantes: desafios e oportunidades”, abordando o panorama global das migrações forçadas, destacando os aspectos jurídicos e praticados da contratação e integração de migrantes e refugiados no Brasil.
Durante 40 minutos, ela compartilhou também experiências de acolhimento e inserção no mercado de trabalho, desenvolvidas por instituições como o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e a Casa Bom Samaritano. A religiosa lembrou alguns números de Caxias do Sul e outras cidades gaúchas em relação a contratação de refugiados e migrantes em 2025. Falou sobre os números apresentados recentemente durante entrevista na Rádio Caxias sobre contratações por parte do FGTAS na cidade para refugiados e migrantes, sendo até o momento, em 2025, 5.705 contratações. Na segunda colocação, aparece o município de Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, com 3.583 contratações e, em terceiro, a cidade de Erechim com 1.832. Irmã Rosita mencionou alguns apontamentos para que Caxias do Sul esteja liderando, no pensamento dela, o número de contratações com carteira assinada no Rio Grande do Sul.
Mesmo com um número significativo de contratações com carteira assinada em Caxias do Sul para refugiados e migrantes, a religiosa reconheceu que existem pessoas que manifestam a errônea frase “que os refugiados ou migrantes estão na cidade para roubar o emprego dos caxienses”.
