A saúde pública em Caxias do Sul atravessa um momento crítico, comparável a pandemia de Covid-19, conforme o vereador Rafael Bueno (PDT). A avaliação do vereador, que também é o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, ocorre após uma visita realizada nesta semana a UPA Zona Norte. Segundo Bueno, a situação é de estado de calamidade, com superlotação nas unidades, falta de profissionais e ausência de uma resposta efetiva da Secretaria Municipal da Saúde.
Durante a visita à UPA, realizada por membros da Comissão de Saúde, foi constatada que a unidade opera com 130% da capacidade, enfrentando uma demanda crescente, especialmente de casos que poderiam ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). No entanto, a falta de médicos nas UBSs, segundo o vereador, força a população a recorrer às UPAs, onde enfrentam longas horas de espera.
Outro fator preocupante é o aumento de doenças respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com deficiência. Bueno alerta que o cenário tende a piorar com a chegada do inverno, prevendo um agravamento significativo da crise sanitária com a queda das temperaturas.
Diante da situação, o vereador defende a criação urgente de um hospital de campanha, que poderia ser montado em frente à UPA Zona Norte ou numa praça, com o objetivo de realizar a triagem e atendimentos rápidos para casos respiratórios, evitando aglomeração nas unidades principais. Bueno salienta ainda a realização de campanhas de vacinação fora das unidades de saúde, como em mercados, escolas, grandes empresas e praças públicas, facilitando o acesso da população ao imunizante.
O secretário da Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Júnior, procurado pela reportagem, afirmou que ainda não considera necessária a instalação de um hospital de campanha, mas reconhece o aumento da demanda e diz estar avaliando medidas emergenciais. Ainda segundo Rafael Bueno, o prefeito Adiló Didomenico já marcou uma reunião com todos os entes ligados à saúde para a próxima segunda-feira, para estudar a possibilidade de decretar oficialmente o estado de calamidade pública e formar um comitê de crise.