As reivindicações foram feitas pelo presidente do Sindicato dos Empregados em Entidades de Caxias do Sul (Senalba), Claiton Melo, no plenário. Ele destacou que, apesar do orçamento anual de R$ 90 milhões, os recursos não estão sendo aplicados de forma adequada. Melo também criticou as demissões realizadas no final do ano passado, que atingiram mais de 55 profissionais e geraram um custo de R$ 160 mil aos cofres públicos. Além disso, apontou problemas nas condições físicas das escolas e na remuneração dos educadores.
Segundo Melo, a educação infantil enfrenta dificuldades há anos, sendo a falta de cuidadores uma das principais questões. Ele afirmou que a Secretaria Municipal de Educação (Smed) envia equipes multiprofissionais para avaliar as crianças, mas sem médicos. Além disso, houve uma redução no número de profissionais volantes, essenciais para substituir cuidadores ausentes. O sindicalista também criticou mudanças na distribuição dos alunos nas salas de aula, resultando em turmas maiores em espaços menores e turmas menores em espaços maiores, o que gera desequilíbrios.
Outro problema é a sobrecarga dos profissionais, que lidam com múltiplas demandas, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), sem o suporte necessário. Segundo Melo, o limite de crianças foi atingido, mas o número de profissionais não cresceu proporcionalmente.
Além da educação infantil, Melo destacou a precariedade enfrentada pelos trabalhadores da assistência social. Segundo ele, muitos não recebem benefícios e têm salários baixos. A Fundação de Assistência Social (FAS) nega quinquênios e não inclui vale-transporte em diversos editais, o que sobrecarrega as entidades que prestam o serviço. Em setores como abrigos e casas-lares, há locais que não contratam novos profissionais há seis ou sete meses.
Procurada pela reportagem, a secretária municipal da Educação, Marta Fattori, afirmou que a pasta está em um período de diagnóstico para compreender como os atendimentos têm ocorrido e quais são as principais demandas. Ela ressaltou que existe a prerrogativa que garante autonomia para contratações por parte das instituições.
Atualmente, o Senalba tem promovido a conscientização das famílias sobre os problemas, utilizando cartazes em frente às escolas para pressionar o poder público por soluções.