Após registrar um aumento de 56% nas notificações de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas semanas, a Prefeitura de Caxias do Sul decretou nesta sexta-feira (30) estado de emergência em saúde pública no município para fins de prevenção e enfrentamento da doença. A ação busca viabilizar medidas de enfrentamento aos casos de SRAG, devido ao aumento expressivo de casos, internações e óbitos associados a vírus respiratórios. Já foram registrados 46 óbitos por SRAG em 2025, sendo 85% deles em pessoas com mais de 60 anos.
O município acumula 528 casos de SRAG nas últimas semanas, sendo 487 de residentes em Caxias do Sul, o que representa um aumento de 70% nos casos aguardando regulação hospitalar, uma elevada concentração em crianças e idosos, grupos mais vulneráveis a complicações graves. Nos casos registrados entre menores de 1 ano, houve a necessidade de internação em UTI em 10 dos 57 das situações registradas, principalmente por vírus sincicial respiratório (VSR).
O secretário municipal da Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Junior, destaca que o decreto possibilitará a secretaria mobilizar a rede assistencial priorizando o atendimento aos casos de síndromes respiratórias, além de propiciar a contratação temporária de leitos clínicos e de UTI.
Com a decretação do estado de emergência, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), também poderá adotar medidas excepcionais para enfrentamento do cenário, como a aquisição de insumos e materiais, doação e cessão de equipamentos e bens, contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial e implementação de campanhas emergenciais de vacinação e prevenção.
O secretário também reforça a importância da população procurar a vacinação, mais de 86,8 mil pessoas já se vacinaram contra a gripe. Mas quando se trata da cobertura vacinal, que é calculada pelo Ministério da Saúde, considerando pessoas idosas, crianças de até 5 anos e gestantes, apenas 37,23% do público alvo se vacinou.
As vacinas contra a gripe estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), exceto a unidade do Mariani, que se encontra em uma estrutura provisória, não ofertando a vacinação. O decreto tem validade de 120 dias, podendo ser prorrogado de acordo com a evolução do cenário epidemiológico.