A 1ª Delegacia de Polícia de Caxias do Sul está conduzindo uma investigação que revelou indícios graves de extorsões e torturas ligadas ao tráfico de drogas e à agiotagem na cidade. O principal suspeito é um homem de 47 anos, que já se encontra preso.
De acordo com a Polícia Civil, o investigado atuava realizando cobranças violentas para agiotas e grupos criminosos, principalmente, relacionadas a dívidas de drogas e empréstimos ilegais com juros abusivos.
Os fatos vieram à tona, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, quando os agentes encontraram drogas, diversos objetos e três celulares pertencentes ao suspeito. De acordo com o Delegado Rodrigo Duarte, durante a análise dos aparelhos, os policiais localizaram dois vídeos que mostram o homem agredindo e ameaçando pessoas mantidas em cativeiro, exigindo o pagamento de valores.
“A gente acabou recebendo uma denúncia anônima sobre um indivíduo que estaria usando armas de fogo e possivelmente realizando tráfico. No cumprimento do mandado, encontramos três celulares e, em um deles, flagramos dois vídeos bastante contundentes, onde esse indivíduo tortura duas pessoas com o objetivo de receber informações e valores de determinadas dívidas.”
O Delegado acrescentou que as imagens revelam atos de extrema violência e crueldade, demonstrando o uso da força e da intimidação como método de cobrança. Segundo o delegado, os vídeos mostram dois contextos diferentes: um relacionado à cobrança de dívida com agiota, e outro ligado ao tráfico de drogas.
“No primeiro caso, uma dívida com agiota foi terceirizada para uma organização criminosa fazer a cobrança. Já no segundo, é uma cobrança relacionada ao tráfico, onde um homem é espancado com um taco de beisebol para revelar o paradeiro de drogas.”
Durante as diligências, os investigadores também apreenderam roupas, calçados e objetos compatíveis com os vistos nas gravações, além de um pé de cabra e um bastão, que foram encontrados no veículo do suspeito instrumentos idênticos aos usados nas agressões.
Diante das provas reunidas, o delegado decidiu pela prisão preventiva do homem, considerada essencial para proteger possíveis vítimas e impedir novas ações violentas. A Polícia Civil agora trabalha para identificar as vítimas que aparecem nos vídeos. Sem essa confirmação, o inquérito não pode ser completamente finalizado, disse o Delegado.
“Nós temos as imagens, mas não sabemos quem são essas pessoas. Precisamos identificá-las para aprofundar as investigações e permitir o andamento judicial do caso. Também queremos descobrir quem foi o agiota que terceirizou a cobrança para a facção, porque ele também é responsável pelas torturas.”
A Polícia Civil pede o apoio da comunidade para identificar as vítimas ou qualquer pessoa que tenha sido alvo de ameaças, agressões ou cobranças ilegais praticadas pelo suspeito e pelo grupo criminoso com o qual ele atuava.
As informações podem ser repassadas de forma anônima à 1ª Delegacia de Polícia de Caxias do Sul.
