Em um marco histórico, o deputado estadual Pepe Vargas (PT) será o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), cargo que assumirá no início de fevereiro de 2025. No entanto, sua eleição para o posto não é apenas uma mudança de comando, mas também simboliza a volta de um representante da Serra Gaúcha ao topo do Parlamento estadual, algo que não acontecia, há 27 anos, desde a presidência de José Ivo Sartori.
Pepe Vargas lembrou em entrevista para a Rádio Caxias que a presidência da Assembleia Legislativa do RS é determinada por um sistema de rodízio entre as maiores bancadas eleitas, prática que vem desde 2009, quando os deputados Ivar Pavan (PT) e Giovani Cherini (então do PDT, hoje no PL) implementaram uma gestão compartilhada, que se tornou tradição. O PT, que é a maior bancada na atual legislatura, com 12 parlamentares, assumirá a presidência em 2025, sucedendo Adolfo Brito, do PP, que ocupou o cargo este ano.
Com sua ascensão à presidência, Pepe Vargas destaca seu compromisso com a independência da Assembleia em relação ao Executivo, afirmando que será um “árbitro” nas discussões e debates parlamentares. O parlamentar também frisou a importância de respeitar o regimento interno da Casa, aplicando as regras para garantir um ambiente de debate respeitoso, apesar das divergências ideológicas. Além de sua postura política, a gestão de Vargas será marcada por desafios históricos, como a reconstrução do Estado após as devastadoras enchentes de maio de 2024. O deputado, que tem um histórico de atuação em áreas como saúde e infraestrutura, planeja priorizar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade e para um modelo de governança que minimize os impactos das mudanças climáticas, tema que deverá ser central em seu mandato.
“O Rio Grande do Sul não pode fazer de conta que a crise climática não chegou”, afirmou Vargas, destacando que as enchentes, que resultaram na morte de 183 pessoas e em uma enorme destruição, são um alerta para a urgência de medidas que promovam um estado mais resiliente e sustentável.
Conforme o deputado estadual, a sua administração também focará em fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes do fundo de reconstrução federal, que soma R$ 14 bilhões para os próximos três anos. Vargas, que integra o comitê responsável por acompanhar a reconstrução, promete atuar com rigor para garantir a correta destinação dos recursos, evitando gargalos e priorizando ações que, além da reconstrução, busquem um futuro mais verde e próspero para o Rio Grande do Sul.
Outro ponto importante da gestão de Pepe Vargas será a realização do Fórum Democrático, uma tradição da Assembleia, onde temas relevantes para o desenvolvimento do estado são debatidos com a sociedade. O tema escolhido para 2025 será justamente a construção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e à adaptação às mudanças climáticas, com o objetivo de fomentar uma economia mais equilibrada e reduzir os impactos ambientais.