O jovem Carlo Acutis, que morreu de leucemia aos 15 anos, em 2006, foi proclamado santo neste domingo (7), em cerimônia de canonização realizada pelo Papa Leão XIV, às 5h (horário de Brasília) e 10h (horário local de Roma), na Praça de São Pedro. Nascido em Londres, em 1991, e criado em Milão, na Itália, Acutis se tornou o primeiro santo da chamada geração millennial (nascidos entre 1980 e 1995). Durante a celebração, uma imagem do jovem foi exposta na fachada da Basílica de São Pedro, e um selo foi lançado em sua homenagem.
Ainda adolescente, Carlo ficou conhecido por unir fé e tecnologia, ao desenvolver um site que reunia informações sobre milagres e promover a evangelização pela internet, aproximando jovens da Igreja Católica. Em 2022, o bispo emérito de Caxias do Sul, Dom Alessandro Ruffinoni, trouxe diretamente da Itália uma relíquia de primeiro grau, fios de cabelo de Carlo Acutis, parte de seu corpo, que pode ser venerada pelos fiéis da Serra Gaúcha. A relíquia está no Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha, e foi concedida a Dom Alessandro pela mãe do beato, Antonia Salzano, em novembro de 2021, durante uma viagem de férias, em que o bispo visitou a família do jovem.
Em Roma, onde acompanhou o processo de canonização de Carlo Acutis, Dom Ruffinoni falou à reportagem da Rádio Caxias ainda na madrugada de domingo. Ele destacou a emoção de presenciar o momento e ressaltou como a canonização de um jovem promove reflexões, para a juventude do mundo inteiro, sobre a importância de viver uma vida plena e de comunhão. O bispo também deixou uma mensagem de fé e reflexão diante da ocasião.
A canonização foi possível após o reconhecimento de dois milagres atribuídos a ele. O primeiro ocorreu em 2013, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, quando um menino de três anos, portador de uma doença congênita no pâncreas, foi curado após tocar em uma relíquia de Acutis, um pedaço de sua roupa. O caso levou ao processo de beatificação, concluído em 2020. O segundo milagre foi registrado em 2022, na Costa Rica, quando uma jovem sobreviveu e se recuperou de um grave acidente de bicicleta, atribuído à intercessão do jovem. O reconhecimento desse caso, em 2024, abriu caminho para a canonização.
Na mesma cerimônia, o Papa Leão XIV também canonizou Pier Giorgio Frassati, que morreu em 1925, aos 24 anos, vítima de poliomielite, e é lembrado pela dedicação aos pobres. A cerimônia marcou a primeira canonização conduzida por Leão XIV desde que assumiu o pontificado, após a morte do Papa Francisco.
