Foi apresentado nesta segunda-feira (05) um segundo laudo sobre a estrutura dos sobrados interditados no bairro São Luiz. Esse documento foi encomendado pelos moradores, que contrataram a Brothers Engenharia para uma nova análise. O primeiro laudo técnico, emitido pela equipe da Prefeitura de Caxias do Sul, apontou um aumento de carga no fechamento de uma área que teria sido projetada para permanecer aberta. Essa inclusão de telhas e vidros poderia ser uma das causas das rachaduras.
Entretanto, no documento divulgado pela empresa contratada pelos moradores, o peso desses materiais é considerado insuficiente para causar a flexão dos pilares. Em conversa com a Rádio Caxias, o engenheiro responsável pelo laudo, Josué Pezzi, explicou algumas divergências observadas entre a construção e o projeto original.
Pezzi detalha que foram mais de 70 páginas de laudo, nas quais foi possível comprovar erros na construção dos sobrados. Além disso, o projeto apresentado e aprovado pela prefeitura na época não foi seguido nos moldes estipulados e, mesmo assim, obteve o Habite-se liberado pela administração municipal.
Sobre a responsabilidade de cada órgão, o engenheiro interpreta que o principal fator do colapso da estrutura está em falhas construtivas. Entretanto, as divergências entre o projeto e a obra executada também são vistas como uma falha da prefeitura, que liberou as construções para moradia mesmo em desacordo com o que havia sido aprovado. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que negou o sinistro devido às modificações, deveria aceitar o pedido, já que a maioria dos sobrados já contava com as coberturas antes da aprovação do financiamento. Ou seja, a Caixa estaria ciente das alterações.
Por fim, a recomendação é de que os sobrados 1, 2 e 3 sejam demolidos com segurança, pois podem atingir o prédio ao lado em caso de queda. Em seguida, os demais sobrados devem passar por grandes intervenções para reforço estrutural. Todas as moradias apresentam problemas e precisarão de atenção.
Um dos moradores dos sobrados e líder do grupo, Joel Netto, relatou o sentimento após a apresentação do novo laudo. Segundo ele, o documento trouxe tranquilidade quanto às ações dos moradores. Agora, os documentos seguem para processo judicial.
Ao solicitar um posicionamento da prefeitura sobre a atualização do caso, a assessoria de comunicação informou que a Administração não vai se manifestar sobre o assunto.